O livro de
Enoch é um texto apócrifo que é mencionado por algumas cartas do Novo
Testamento (Judas,
Hebreus e 2ª de Pedro). Até a elaboração da Vulgata, por volta do ano 400, os
primeiros seguidores de
Cristo o mencionavam abertamente em seus textos e o aceitavam como real. Após a Vulgata ele
caiu no esquecimento. Entretanto, o livro é muito interessante e parece real. O
livro de Enoch foi preservado
somente em uma cópia, na totalidade, em etíope e, por esta razão, também é chamado de
Enoch etíope.
Capítulo 1
1As palavras
das bênçãos de Enoque, com as quais ele abençoou os eleitos e os justos, os
quais devem existir
nos tempos da tribulação, rejeitando toda iniqüidade e mundanismo. Enoque, um homem justo,
o qual estava com Deus, respondeu e falai com Deus enquanto seus olhos estavam abertos, e
enquanto via uma santa visão dos céus. Isto os anjos me mostraram.
2Deles eu
ouvi todas as coisas e entendi o que vi; coisas que não terão lugar nesta
geração, mas numa geração
que deve acontecer num tempo distante, por causa dos eleitos.
3A respeito
deles eu falei e conversei com Ele, o qual virá de Sua habitação, o Santo e
Poderoso, o Deus do
mundo:
4O qual
pisará sobre o Monte Sinai; aparecerá com Suas hostes e se manifestará com a
força do Seu poder dos
céus.
5Todos
estarão temerosos e as Sentinelas estarão aterrorizados.
6Grande temor
e tremor se apoderarão deles, mesmo aos confins da terra. As alturas das
montanhas serão
abaladas, e os altos montes serão abatidos, derretidos como o favo de mel na
chama de fogo. A terra será
imersa e todas as coisas que nela estão perecerão; enquanto julgamento virá
sobre todos, mesmo
sobre todos os justos:
7Mas a eles
será dada paz: Ele preservará os eleitos e para com eles exercitará clemência.
8Então todos
pertencerão a Deus, serão felizes e abençoados, e o esplendor da Divindade os iluminará.
Capítulo 2
1Eis que Ele
vem com dezenas de milhares dos Seus santos para executar julgamento sobre os pecadores e
destruir o iníquo, e reprovar toda coisa carnal e toda coisa pecaminosa e
mundana que foi feita, e
cometida contra Ele. (2)
(2) Citado
por Judas, vss. 14, 15.
Capítulo 3
1Todos os que
estão nos céus sabem o que transcorre lá.
2Eles
sabem que as luminárias celestes não mudam seus caminhos; que cada uma
nasce e se põe regularmente,
cada uma a seu próprio tempo, sem transgredir os mandamentos que receberam.
A VISÃO da
terra, e entendem o que deve acontecer, desde o princípio até o seu fim.
3Eles vêem
que toda obra de Deus é invariável no período de seu aparecimento. Eles
vêem o verão e o inverno: percebendo
que toda terra está repleta de água; e que a nuvem, o orvalho, e a chuva refrescam-na.
Capítulo 4
1Eles consideram
e vêem cada árvore, como aparecem para depois murchar, e toda folha, para depois cair,
exceto de quatorze árvores, as quais não são efêmeras, e esperam pelo
aparecimento das folhas
novas por dois ou três invernos.
Capítulo 5
1Novamente
eles consideram os dias de verão, que o sol está sobre a terra desde o
princípio; enquanto tu
procuras por uma cobertura e por um lugar sombreado por causa do sol ardente; enquanto a
terra é queimada com calor fervente, e tu te tornas incapaz de andar sobre a
terra ou sobre as
rochas em conseqüência do calor.
Capítulo 6
1Eles
consideram como as árvores, quando elas dão suas folhas verdes, cobrem-se e
produzem frutos;
entendendo tudo, e sabendo que Ele, o qual vive para sempre, faz todas estas
coisas por causa de vós:
2Que as
obras desde o princípio de todo ano existente, que todas as suas obras são
obedientes a Ele e
invariáveis; assim como Deus determinou, assim todas as coisas acontecem.
3Eles vêem
também como os mares e os rios juntos completam suas respectivas operações:
4Mas tu
resistes impacientemente, não cumpres os mandamentos do Senhor, mas transgrides
e calunias a Sua
grandiosidade; e malditas são as palavras em tua boca poluída contra Sua
majestade.
5Tu, murcho
de coração, a paz não estará contigo!
6Portanto
teus dias te amaldiçoarão, e os anos de tua vida perecerão; execração perpétua
se multiplicará,
e não obterás misericórdia.
7Nestes dias
tu resignas tua paz com a eterna maldição de todos os justos, e os pecadores
perpetuamente
te execrarão;
8Eles te
execrarão com tudo o que não é divino.
9Os eleitos
possuirão luz, alegria e paz; e herdarão a terra.
10Mas tu, que
não és santo, serás amaldiçoado.
11Então a
sabedoria será dada aos eleitos, todos os que viverão, e não transgredirão por
impiedade ou orgulho,
mas humilhar-se-ão, processando prudência, e não repetirão transgressão.
12Eles não
condenarão todo o período das suas vidas, não morrerão em tormento e
indignação; mas a soma dos
seus dias se completará, e envelhecerão em paz; enquanto os anos de sua felicidade
se multiplicarão
em alegria, e com paz, para sempre, em toda a duração de sua existência.
Capítulo 7
1E aconteceu
depois que os filhos dos homens se multiplicaram naqueles dias, nasceram-lhe
filhas,
elegantes e
belas.
2E quando os
anjos, (3) os filhos dos céus, viram-nas, enamoraram-se delas, dizendo uns para
os
outros:
Vinde, selecionemos para nós mesmos esposas da progênie dos homens, e geremos
filhos.
(3) No
texto aramaico lê-se "Sentinelas" (J.T. Milik, Aramaic Fragments of
Qumran Cave 4 [Oxford: Clarendon Press,
1976], p.
167).
3Então seu
líder Samyaza disse-lhes: Eu temo que talvez possais indispor-vos na realização
deste
empreendimento;
4E que só eu
sofrerei por tão grave crime.
5Mas eles
responderam-lhe e disseram: Nós todos juramos;
6 (e amarraram-se
por mútuos juramentos), que nós não mudaremos nossa intenção mas executamos
nosso
empreendimento projetado.
7Então eles
juraram todos juntos, e todos se amarraram (ou uniram) por mútuo juramento.
Todo seu
número era
duzentos, os quais descendiam de Ardis, (4) o qual é o topo do monte Armon.
(4) de Ardis. Ou,
"nos dias de Jared" (R.H. Charles, ed. and trans., The Book of Enoch
[Oxford: Clarendon Press,
1893], p.
63).
8Aquele monte
portanto foi chamado Armon, porque eles tinham jurado sobre ele, (5) e
amarraramse
por mútuo
juramento.
(5) Mt.
Armon, ou Monte Hermon deriva seu nome do hebreu herem, uma maldição (Charles,
p. 63).
9Estes são os
nomes de seus chefes: Samyaza, que era o seu líder, Urakabarameel, Akibeel,
Tamiel,
Ramuel,
Danel, Azkeel, Saraknyal, Asael, Armers, Batraal, Anane, Zavebe, Samsaveel,
Ertael,
Turel,
Yomyael, Arazyal. Estes eram os prefeitos dos duzentos anjos, e os restantes
estavam todos
com eles. (6)
(6) O
texto aramaico preserva uma lista anterior dos nomes destes Guardiães ou
Sentinelas: Semihazah; Artqoph;
Ramtel;
Kokabel; Ramel; Danieal; Zeqiel; Baraqel; Asael; Hermoni; Matarel; Ananel;
Stawel; Samsiel; Sahriel;
Tummiel;
Turiel; Yomiel; Yhaddiel (Milik, p. 151).
10Então eles
tomaram esposas, cada um escolhendo por si mesmo; as quais eles começaram a
abordar, e
com as quais eles coabitaram, ensinando-lhes sortilégios, encantamentos,e a
divisão de
raízes e
árvores.
11E as
mulheres conceberam e geraram gigantes, (7).
(7) O
texto grego varia consideravelmente do etíope aqui. Um manuscrito grego
acrescenta a esta secção, "E elas [as
mulheres]
geraram a eles [as Sentinelas] três raças: os grandes gigantes. Os gigantes
trouxeram [alguns dizem
“mataram"]
os Naphelim, e os Naphelim trouxeram [ou "mataram"] os Elioud. E eles
sobreviveram, crescendo em
poder de
acordo com a sua grandeza." Veja o registro no Livro dos Jubileus.
12Cuja
estatura era de trezentos cúbitos. Estes devoravam tudo o que o labor dos
homens produzia e
tornou-se
impossível alimentá-los;
13Então eles
voltaram-se contra os homens, a fim de devorá-los;
14E começaram
a ferir pássaros, animais, répteis e peixes, para comer sua carne, um depois do
outro, (8) e
para beber seu sangue.
(8) Sua carne, um depois do outro. Ou,
"de uma outra carne". R.H. Charles nota que esta frase pode
referir-se à
destruição
de uma classe de gigantes por outra. (Charles, p. 65).
15Então a
terra reprovou os injustos.
Capítulo 8
1Além disso,
Azazyel ensinou os homens a fazerem espadas, facas, escudos, armaduras (ou
peitorais), a
fabricação de espelhos e a manufatura de braceletes e ornamentos, o uso de
pinturas, o
embelezamento
das sobrancelhas, o uso de todo tipo selecionado de pedras valiosas, e
toda sorte de
corantes,
para que o mundo fosse alterado.
2A impiedade
foi aumentada, a fornicação multiplicada; e eles transgrediram e corromperam
todos
os seus
caminhos.
3Amazarak
ensinou todos os sortilégios, e divisores de raízes:
4Armers ensinou
a solução de sortilégios;
5Barkayal ensinou
os observadores das estrelas, (9)
(9) Observadores das estrelas. Astrólogos
(Charles, p. 67).
6Akibeel ensinou
sinais;
7Tamiel
ensinou astronomia;
8E Asaradel
ensinou o movimento da lua,
9E os homens,
sendo destruídos, clamaram, e suas vozes romperam os céus.
Capítulo 9
1Então Miguel
e Gabriel, Radael, Suryal, e Uriel, olharam abaixo desde os céus, e viram a
quantidade de
sangue que era derramada na terra, e toda a iniqüidade que era praticada sobre
ela, e
disseram um
ao outro; Esta é a voz de seus clamores;
2A terra
desprovida de seus filhos tem clamado, mesmo até os portões do céu.
3E agora a
ti, ó Santo dos céus, as almas dos homens queixam-se, dizendo: Obtém justiça
para
conosco com o
Altíssimo (10). Então eles disseram ao seu Senhor, o Rei: Tu és Senhor dos
senhores,
Deus dos
deuses, Rei dos reis. O trono de Tua glória é para sempre e sempre, e para
sempre seja
Teu nome
santificado e glorificado.
(10) Obtém justiça para conosco. Literalmente,
"Traz julgamento para nós do..." (Richard
Laurence, ed. and trans.,
The Book of Enoch the Prophet [London: Kegan Paul, Trench
& Co., 1883], p. 9).
4Tu fizeste
todas as coisas; Tu possuis poder sobre todas as coisas; e todas as coisas
estão abertas e
manifestas
diante de Ti. Tu vês todas as coisas e nada pode esconder-se de Ti.
5Tu viste o
que Azazyel tem feito, como ele tem ensinado toda espécie de iniqüidade sobre a
terra, e
tem aberto ao
mundo todas as coisas secretas que são feitas nos céus.
6Samyaza
também tem ensinado sortilégios, para quem Tu deste autoridade sobre aqueles
que estão
associados
Contigo. Eles tem ido juntos às filhas dos homens, têm-se deitado com elas;
têm-se
contaminado;
7E têm
descoberto crimes a elas. (11)
(11) Descoberto crimes. Ou, "revelado
estes sinais" (Charles, p. 70).
8As mulheres
igualmente têm gerado gigantes.
9Assim toda a
terra tem se enchido de sangue e iniqüidade.
10E agora,
vês que as almas daqueles que estão mortos clamam.
11E
queixam-se até ao portão do céu.
12Seus
gemidos sobem; nem podem eles escapar da injustiça que é cometida na terra. Tu
conheces
todas as
coisas, antes de elas existirem.
13Tu conheces
estas coisas, e o que tem sido feito por eles; já Tu não falas a nós.
14O que, por
conta destas coisas, devemos fazer contra eles?
Capítulo 10
1Então o
Altíssimo, o Grande e Santo falou,
2E enviou a
Arsayalalyur (12) ao filho de Lamech,
(12) Arsayalalyur. No texto em grego lê-se
"Uriel”.
3Dizendo: Diz
a eles em Meu nome: Esconde-te.
4Então
explicou-lhe a consumação que está preste a acontecer; pois toda a terra
perecerá; as águas
do dilúvio
virão sobre toda a terra, e todas os que estão nela serão destruídos.
5E agora,
ensina-o como ele pode escapar, e como sua semente pode permanecer em toda a
terra.
6Novamente o
Senhor disse a Rafael: Amarra a Azazyel, mãos e pés; lança-o na escuridão; e
abrindo o
deserto que está em Dudael, lança-o nele.
7Arremessa
sobre ele pedras agudas, cobrindo-o com escuridão;
8Lá ele
permanecerá para sempre; cobre sua face, para que ele não possa ver a luz.
9E no grande
dia do julgamento lança-o ao fogo.
10Restaura a
terra, a qual os anjos corromperam; e anuncia vida a ela, para que Eu possa
recebê-la.
11Todos os
filhos dos homens, sua descendência, não perecerão em consequência de todo
segredo,
pelo qual as
Sentinelas têm destruído, e o que eles ensinaram;
12Toda a a
terra tem se corrompido pelos efeitos dos ensinamentos de Azazyel. A ele,
portanto, se
atribui todo
crime.
13A Gabriel
também o Senhor disse: Vai aos bastardos, (13) aos réprobos, aos filhos da
fornicação; e
destrói os
filhos da fornicação, a descendência das Sentinelas de entre os homens;
traga-os e excitaos
uns contra os
outros. Faça-os perecer por mútua matança; pois o prolongamento de dias não
será
deles.
(13) "bastardos" (Charles, p. 73; Michael A.
Knibb, ed. and trans., The Ethiopic Book of Enoch [Oxford: Clarendon
Press,
1978], p. 88).
14Eles rogarão
a ti, mas seus pais não obterão seus desejos com respeito a eles; pois
eles esperaram
por vida
eterna, e que eles possam viver, cada um deles, quinhentos anos.
15A Miguel,
igualmente o Senhor disse: Vai e anuncia seus próprios crimes a Samyaza,
e aos outros
que estão com
ele, os quais têm se associado às mulheres para que se contaminem com toda sua
impureza. E
quando todos os seus filhos forem mortos, quando eles virem a perdição dos seus
bemamados,
amarra-os por
setenta gerações debaixo da terra, mesmo até o dia do julgamento, e da
consumação,
até o julgamento, cujo efeito que dura para sempre, seja completado.
16Então eles
serão levados para as mais baixas profundezas do fogo em tormentos; lá eles
serão
encerrados em
confinamento para sempre.
17Imediatamente
depois disso ele, (14) juntamente com os outros, queimarão e perecerão; eles
serão
amarrados até
a consumação de muitas gerações.
(14) Ele. I.e., Samyaza.
18Destrói
todas as almas viciadas na luxúria, (15) e a descendência das Sentinelas, pois
eles tiranizam
a humanidade.
(15)
"luxúria" (Knibb, p. 90; cp. Charles, p. 76).
19Que todo
opressor pereça na face da terra;
20Que toda má
obra seja destruída;
21A semente
da justiça e da retidão apareça, e o que é produtivo torne-se uma bênção.
22Justiça e
retidão serão plantados para sempre com prazer.
23E então
todos os santos darão graças, e viverão até terem gerado milhares de filhos,
enquanto todo
o período se
sua juventude, e seus sábados, serão completados em paz. Naqueles dias
toda a terra
será cultivada
em retidão; ela será totalmente cultivada com árvores, e será cheia de
bendições; toda
árvore de
delícias será plantada nela.
24Vinhas
serão plantadas; e a vinha que nela será plantada produzirá frutos para
saciedade; toda
semente que
nela será semeada produzirá mil por uma medida; e uma medida de olivas
produzirá
dez prensas
de óleo.
25Purifica a
terra de toda opressão, de toda injustiça, de todo crime, de toda impiedade, e
de toda
impureza que
é cometida sobre ela. Extermina-os da terra.
26Então todos
os filhos dos homens serão justos, e todas as nações me pagarão divinas honras,
e Me
abençoarão; e
todos Me adorarão.
27A terra
será limpa de toda corrupção, de toda punição e de todo sofrimento; Eu não
enviarei
novamente
dilúvio sobre ela, de geração em geração para sempre.
28Naqueles
dias Eu abrirei tesouros de bênçãos que estão nos céus, para que Eu possa
fazê-las
descer sobre
a terra, e sobre todos os trabalhos e labores do homem.
29Paz e
eqüidade se associará aos filhos dos homens todos os dias do mundo, em cada uma
de suas
gerações.
Capítulo 11 (não tem)
Capítulo 12
1Antes de
todas estas coisas acontecerem, Enoque esteve escondido; e nenhum dos filhos
dos
homens sabia
onde ele estava, onde ele havia estado, e o que havia acontecido.
2Ele esteve
totalmente engajado com os santos, e com as Sentinelas em seus dias.
3Eu, Enoque,
fui abençoado pelo grande Senhor e Rei da paz.
4E eis que as
Sentinelas chamaram-me Enoque, o escriba.
5Então o
Senhor disse-me: Enoque, escriba da retidão, vai e dize às Sentinelas dos
céus, os quais
desertaram o
alto céu e seu santo e eterno estado, os quais foram contaminados com
mulheres.
6E fizeram
como os filhos dos homens fazem, tomando para si esposas, e os quais têm
sido
grandemente
corrompidos na terra;
7Que na terra
eles nunca obterão paz e remissão de pecados. Pois eles não se regozijarão em
sua
descendência;
eles verão a matança dos seus bem-amados; lamentarão a destruição dos seus
filhos e
farão petição
para sempre; mas não obterão misericórdia e paz.
Capítulo 13
1Então
Enoque, passando ali, disse a Azazyel: Tu não obterás paz. Uma grande sentença
há contra
ti. Ele te
amarrará;
2Socorro,
misericórdia e súplica não estarão contigo por causa da opressão que tens
ensinado;
3E por causa
de todo ato de blasfêmia, tirania e pecado que tens descoberto aos filhos dos
homens.
4Então
partindo dele, falei a eles todos juntos;
5E eles todos
ficaram apavorados, e tremeram;
6Abençoando-me
por escrever por eles um memorial de súplica, para que eles pudessem obter
perdão; e que
eu fizesse um memorial de suas orações ascendendo diante do Deus do céu; porque
eles, por si
mesmos, desde então não podiam dirigir-se a Ele, nem levantar seus olhos aos
céus por
causa da
infame ofensa com a qual eles foram julgados.
7Então eu
escrevi um memorial de suas orações e súplicas, por seus espíritos, por tudo o
que eles
haviam feito,
e pelo assunto de sua solicitação, para que eles obtivessem remissão e
descanso.
8Procedendo
nisso, eu continuei sobre as águas de Danbadan, (16) as quais estão da direita para
o
oeste de
Armon, lendo o memorial de suas orações, até que caí adormecido.
(16) Danbadan.
Dan in Dan (Knibb, p. 94).
9E eis que um
sonho veio a mim, e visões apareceram acima de mim. E caí e vi uma visão de
castigos,
para que eu pudesse ralatá-la aos filhos dos céus, e reprová-los. Quando eu
acordei fui até
eles. Todos
estavam reunidos chorando em Oubelseyael, que está situada entre o Libano e
Seneser,
(17) com suas
faces escondidas.
(17) Libanos e Seneser. Líbano e Senir
(próximo a Damasco).
10E relatei
em sua presença todas as visões que eu havia visto, e meu sonho;
11E comecei a
pronunciar estas palavras de retidão, reprovando as Sentinelas do céu.
Capítulo 14
1Este é o
livro das palavras de retidão, e de reprovação das Sentinelas, os quais pertencem
ao
mundo, (18)
de acordo com o que Ele, que é santo e grande, ordenou na visão. Eu percebi em
meu
sonho que eu
estava então falando com a língua da carne, e com meu fôlego, que o Poderoso
colocou na
boca dos homens, para que eles pudessem conversar com Ele.
(18) Os quais pertencem ao mundo. Ou,
"os quais (são) da eternidade" (Knibb, p. 95).
2Eu entendi
com o coração. Assim como Ele havia criado e dado aos homens o poder de
compreender a
palavra de entendimento, assim criou, e deu a mim o poder de reprovar os
Sentinelas, a
geração dos céus. E escrevi sua petição; e na minha visão foi-me mostrado que
seu
pedido não
lhes será atendido enquanto o mundo perdurar.
3Julgamento
passou sobre vós: vosso pedido não vos será atendido.
4De agora em
diante, nunca ascendereis ao céu; Ele o disse que na terra Ele vos amarrará,
tanto
tempo quanto
o mundo existir.
5Mas antes
destas coisas tu verás a destruição dos vossos bem-amados filhos; não os
possuireis, mas
eles cairão
diante de vós pela espada.
6Nem pedireis
por eles, nem por vós mesmos;
7Mas
chorareis e suplicareis em
silêncio. As palavras do livro que eu escrevi.(19)
(19) Mas chorareis… Eu escrevi. Ou,
"Assim também, a despeito de vossas lágrimas e orações, não recebereis
nada,
de tudo o
que está contido nos registros que eu tenho escrito" (Charles, p. 80).
8Uma visão
então me apareceu.
9Eis que
naquela visão, nuvens e névoa convidaram-me; estrelas agitadas e brilho de
relâmpagos
impeliram-me
e pressionaram-me adiante, enquanto ventos na visão assistiram meu vôo, acelerando
meu
progresso.
10Eles
elevaram-me no alto ao céu. Eu prossegui, até que cheguei próximo dum muro
construído
com pedras de
cristal. Uma chama de fogo vibrante (20) rodeou-o, a qual começou a golpear-me
com
terror.
(20) Chama de fogo vibrante. Literalmente,
"uma língua de fogo”.
11Nesta chama
de fogo vibrante eu entrei;
12E
aproximei-me de uma espaçosa habitação, também construída com pedras de
cristal. Seus
muros também,
bem como o pavimento, eram formados com pedras de cristal, e de cristal
também
era o piso.
Seu telhado tinha a aparência de estrelas agitadas e brilhos de relâmpagos; e
entre eles
haviam
querubins de fogo num céu tempestuoso.(21) Uma chama queimava ao redor dos
muros; e
seu portal
queimava com fogo. Quando eu entrei nesta habitação, ela era quente como fogo e
frio
como o gelo.
Nenhum traço de encanto ou de vida havia lá. O terror sobrepujou-me, e
um tremor
de medo
apoderou-se de mim.
(21) Num céu tempestuoso. Literalmente,
"e seu céu era água" (Charles, p. 81).
13Violentamente
agitado e tremendo, eu caí sobre minha face. Na visão eu olhei.
14E ví que lá
havia outra habitação mais espaçosa que a primeira, cada entrada da qual
estava aberta
diante de
mim, elevada no meio da chama vibrante.
15Tão
grandemente superou em todos os pontos, em glória, em magnificência, em
magnitude, que é
impossível
descrever-vos o esplendor ou a extensão dela.
16Seus pisos
eram de fogo, acima haviam relâmpagos e estrelas agitadas, enquanto o telhado
exibia
um fogo
ardente.
17Eu
examinei-a atentamente e vi que ela continha um trono exaltado;
18A aparência
do qual era semelhante à da geada, enquanto que sua circunferência
assemelhava-se à
órbita do sol
brilhante; e havia a voz de um querubim.
19Debaixo
desse poderoso trono saíam rios de fogo flamejante.
20Olhar para
ele foi impossível.
21Alguém
grande em glória assentava-se sobre ele,
22Cujo manto
era mais brilhante que o sol, e mais branco que a neve.
23Nenhum anjo
era capaz de penetrar para olhar a Sua face, o Glorioso e Efulgente; nem podia
algum mortal
vê-Lo. Um fogo flamejante rodeava-O.
24Também um
fogo de grande extensão continuava a elevar-se diante dEle; de modo que nenhum
daqueles que
estavam ao redor dEle eram capazes de aproximar-se dEle, entre as miríades de
miríades(22)
que estavam diante dEle. Para Ele santa consulta era desnecessária. Contudo, o
Santificado,
que estava próximo dEle, não apartou-se dEle nem de noite nem de dia; nem eram
eles
tirados de
diante dEle. Eu também estava tão adiantado, com um véu sobre minha face, e
trêmulo.
Então o
Senhor com sua própria boca chamou-me, dizendo: Aproxima-se aqui acima,
Enoque, à
minha santa
palavra.
(22) Miríades de miríades. Dez mil vezes
dez mil (Knibb, p. 99).
25E Ele
ergueu-me, fazendo aproximar-me, mesmo até à entrada. Meus olhos estavam
dirigidos para
o chão.
Capítulo 15
1Então
dirigindo-se para mim, Ele falou e disse: Ouve, não se atemorize, justo Enoque,
tu escriba da
retidão:
aproxima-te para cá, e ouve a minha voz. Vai, dize às Sentinelas do céu, a quem
te enviei
para rogar
por eles; tu deves rogar pelos homens, e não os homens por ti.
2Portanto,
deves abandonar o sublime e santo céu, o qual permanece para sempre; deitastes
com
mulheres; vos
corrompestes com as filhas dos homens; tomastes para ti esposas; agistes igual
aos
filhos da
terra, e gerastes uma ímpia descendência.(23)
(23) Uma ímpia descendência. Literalmente,
"gigantes" (Charles, p. 82; Knibb, p. 101).
3 Sois
espirituais, santos, e possuidores de uma vida que é eterna; vos contaminastes
com mulheres,
procriastes
em sangue carnal; cobiçastes o sangue de homens; e fizestes como aqueles que
são
carne e
sangue fazem.
4Estes,
contudo, morrem e perecem.
5Portanto, de
agora em diante Eu
dou-vos esposas, para que possais coabitar com elas; para que
filhos nasçam
delas; e que isto seja negociado sobre a terra.
6Mas desde o
princípio fostes feitos espirituais, possuindo uma vida que é eterna, e não
sujeito à
morte para
sempre.
7Portanto, eu
não fiz esposas para vós, porque, sendo espirituais, vossa habitação está no
céu,
8Agora, os
gigantes que têm nascido de espírito e de carne, serão chamados sobre a terra
de maus
espíritos, e
na terra estará a sua habitação. Maus espíritos procederão de sua carne, porque
eles
foram criados
de cima; dos santos Sentinelas foi seu princípio e a sua primeira fundação. Maus
espíritos
eles serão sobre a terra, e de espíritos da maldade eles serão chamados. A
habitação dos
espíritos do
céu será no céu, mas sobre a terra estará a habitação dos espíritos
terrestriais, os quais
são nascidos
na terra.(24)
(24) Note
as muitas implicações dos versículo 3-8 com respeito à progênie dos maus
espíritos.
9Os espíritos
dos gigantes serão semelhantes às nuvens, (25) os quais oprimem,
corrompem, caem,
contendem e
confundem sobre a terra.
(25) A
palavra grega para "nuvem" aqui, nephelas, pode ocultar a mais antiga
leitura, Napheleim (Nephilim).
10Eles
causarão lamentação. Nenhuma comida eles comerão; e terão sede; eles se
esconderão e não
(26) se
levantarão contra os filhos dos homens, e contra as mulheres; pois eles virão
durante os dias
da matança e
da destruição.
(26) Não. Quase todos os manuscritos contêm
esta negativa, mas Charles, Knibb, e outros acreditam que o “não” deve
ser
deletado para que na frase leia-se "levantarão".
Capítulo 16
1E quanto à
morte dos gigantes, onde quer que seus espíritos se apartem de seus corpos; que
sua
carne, que é
perecível, esteja sem julgamento.(27) Assim eles perecerão, até o dia da grande
consumação do
mundo. Uma destruição das Sentinelas e dos ímpios acontecerá.
(27) Que sua carne… esteja sem julgamento. Ou,
"sua carne será destruída antes do julgamento" (Knibb, p. 102).
2E então às
Sentinelas, aos quais enviei-te para rogar por eles, os quais no princípio
estavam no céu,
3Dize:
No céu tens estado; coisas secretas, entretanto, não têm sido manifestadas a
ti; contudo tens
conhecido um
reprovável mistério.
4E isto tens
relatado às mulheres na dureza do vosso coração, e por aquele mistério as
mulheres e a
humanidade
têm multiplicado males sobre a terra.
5Dize a eles:
Nunca, portanto, obtereis paz.
Capítulo 17
1Eles
levantaram-me a um certo lugar, onde lá havia (28) a aparência de um fogo
fervente; e quando
eles se
agradaram assumiram a semelhança de homens.
(28) Onde havia. Ou, "onde eles [os
anjos] eram semelhantes" (Knibb, p. 103).
2Eles
levaram-me a um alto lugar, a uma montanha, cujo topo alcançava o céu.
3E eu vi os
receptáculos da luz e do trovão nas extremidades do lugar, onde ele era
profundo. Havia
um arco de
fogo, e flechas em seu vibrar, uma espada de fogo, e toda espécie de
relâmpagos.
4Então eles
levaram-me a um arroio murmurante, (29) e a um fogo no oeste, o qual recebeu
todo pôrdo-
sol. Eu vim a
um rio de fogo, o qual fluiu como água, e desaguou no grande mar para o oeste.
(29) A um arroio murmurante. Literalmente,
"à água da vida, a qual fala" (Laurence, p. 23).
5Eu vi todo
largo rio, até que cheguei à grande escuridão. Eu fui para onde toda carne
migra; e vi as
montanhas da
escuridão as quais constituem o inverno, e o lugar do qual flui a água em cada
abismo.
6 Eu vi
também as bocas de todos os rios no mundo, e as bocas das profundezas.
Capítulo 18
1Eu então
examinei os receptáculos de todos os ventos, percebendo que eles contribuem
para
adornar toda
criação, e para preservar a fundação da terra.
2Eu examinei
a pedra que apóia os cantos da terra.
3Também vi os
quatro ventos, os quais sustêm a terra, e o firmamento do céu.
4E eu vi os
ventos ocupando o céu exaltado,
5Surgindo no
meio do céu e da terra, e constituindo os pilares do céu.
6Eu vi os
ventos que giram no céu, os quais ocasionam e determinam a órbita do sol e de
todas as
estrelas; e
sobre a terra eu vi os ventos que mantêm as nuvens.
7Eu vi o
caminho dos anjos.
8Percebi na
extremidade da terra o firmamento do céu acima dele. Então passei para a
direção do
sul,
9Onde
queimam, tanto de dia quanto de noite, seis montanhas formadas de gloriosas
pedras, três em
direção ao
leste, e três em direção ao sul.
10Aquelas que
estão em direção ao leste eram de pedra multicolorida, uma das quais era de
margarite, e
outra de antimônio. Aquelas em direção ao sul eram de uma pedra vermelha. A do
meio
aproximava-se do céu como o trono de Deus; um trono composto de
alabastro, o topo do qual
era de
safira. Vi também um fogo flamejante suspenso sobre todas as montanhas.
11E lá eu vi
um lugar do outro lado de um extenso território, onde águas foram coletadas.
12Também vi
fontes terrestriais, profundas em colunas ardentes do céu.
13E nas
colunas do céu eu vi fogos, os quais desciam sem número, mas nem no alto, ou no
profundo.
Sobre estas fontes também percebi um lugar onde não havia nem o firmamento do
céu
acima dele,
nem o sólido chão abaixo dele; nem havia água acima; ou nada no vento; mas o
lugar
era desolado.
14E lá eu vi
sete estrelas, semelhantes a grandes montanhas, e como espíritos suplicando-me.
15Então o
anjo disse: Este lugar, até a consumação do céu e da terra, será a prisão das
estrelas, e das
hostes do
céu.
16As estrelas
que rolam sobre fogo são aquelas que transgrediram o mandamento de Deus antes
que
seu tempo
chegasse; pois elas não vieram em sua própria estação. Portanto, Ele ofendeu-se
com
elas, e
amarrou-as até o período da consumação dos seus crimes no ano secreto.
Capítulo 19
1Então Uriel
disse: Eis aqui os anjos que coabitaram com mulheres, escolheram seus líderes;
2E sendo
numerosos em aparência (30) profanaram os homens e fizeram com que errassem;
assim
eles
sacrificaram aos demônios como aos deuses. Pois no grande dia haverá um
julgamento, no qual
eles serão
julgados, até que sejam consumidos; e suas esposas também serão julgadas, as
quais
levaram
desencaminhadamente os anjos do céu para que as saudassem.
(30) Sendo numerosos em aparência. Ou ,
"assumindo muitas formas" (Knibb, p. 106).
3E eu,
Enoque, só vi a aparência do fim de todas as coisas. Não tendo visto nenhum
homem
enquanto via as
coisas.
Capítulo 20
1Estes são os
nomes dos anjos Sentinelas:
2Uriel, um
dos santos anjos, o qual preside sobre o clamor e o terror.
3Rafael, um
dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos homens.
4Raguel, um
dos santos anjos, o qual inflige punição ao mundo e às luminárias.
5Miguel, um
dos santos anjos, o qual, presidindo sobre a virtude humana, comanda as
ações.
6Sarakiel, um
dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos filhos dos
homens que
transgridem.
7Gabriel, um
dos santos anjos, o qual preside sobre Ikisat, (31) sobre o paraíso e
sobre o querubim.
(31) Ikisat. As
serpentes (Charles, p. 92; Knibb, p. 107).
Capítulo 21
1Então eu fiz
um circuito para um lugar no qual nada estava completo.
2E lá eu não
vi nem as tremendas manufaturas do um céu exaltado, nem de uma terra
estabelecida,
mas um lugar
desolado, preparado e terrível.
3Lá também vi
sete estrelas do céu amarradas juntas, semelhantes a grandes montanhas, e
semelhante ao
fogo fervente. Eu exclamei: Por que espécie de crime elas foram amarradas, e
por
que foram
removidas de seu lugar? Então Uriel, um dos santos anjos que estava comigo, e o
qual
conduzia-me,
respondeu: Enoque, por que perguntas; por que arrazoas consigo mesmo, e
ansiosamente
indagas? Estas são aquelas estrelas que transgrediram o mandamento do altíssimo
Deus; e estão
aqui amarradas, até que o número infinito dos dias dos seus crimes esteja
completo.
4Dali eu
passei depois para um outro lugar terrível;
5Onde eu vi a
operação de um grande fogo flamejante e resplandecente, no meio do qual havia
uma
divisão.
Colunas de fogo lutando juntas para o fim do abismo, e profunda era sua
descida. Mas sua
medida e
magnitude eu não fui capaz de descobrir, nem pude perceber sua origem. Então
exclamei:
Quão terrível
é este lugar, e quão difícil explorá-lo!
6Uriel, um
dos santos anjos que estava comigo, respondeu e disse: Enoque, por que estás
alarmado e
maravilhado
com este terrível lugar, à vista deste lugar de sofrimento? Isto, disse ele, é
a prisão dos
anjos; e aqui
eles serão mantidos para sempre.
Capítulo 22
1Dali eu me
dirigi para outro lugar, onde vi a oeste uma grande e elevada montanha, uma
forte
rocha, e
quatro lugares deleitosos.
2Internamente
ele era profundo, espaçoso e plano: ele era profundo e escuro à vista.
3Então
Rafael, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu e disse: Estes são os
lugares
deleitosos
onde os espíritos, as almas dos mortos, serão reunidos; para eles ele foi
formado e aqui
serão
reunidas todas as almas dos filhos dos homens.
4Estes lugares,
nos quais habitam, eles ocuparão até o dia do julgamento, e até seu período
escolhido.
5Seu período
escolhido será longo, mesmo até o grande julgamento. E vi os espíritos dos
filhos dos
homens que
estão mortos; e suas vozes rompem o céu, enquanto eles são acusados.
6Então
inquiri de Rafael, o anjo que estava comigo, e disse: Que espírito é aquele, a
voz do qual
alcança o
céu, e acusa?
7Ele
respondeu, dizendo: Este é o espírito de Abel o qual foi morto por Caim seu
irmão; o qual
acusará
aquele irmão, até que sua semente seja destruída da face da terra;
8Até que sua
semente desapareça da semente da raça humana.
9 Naquele
tempo portanto eu inquiri a respeito dele, e a respeito do julgamento geral,
dizendo: Por
que um está
separado ou outro? Ele respondeu: Três separações foram feitas entre os
espíritos dos
mortos, e
assim os espíritos dos justos foram separados,
10Nomeadamente,
por uma fenda na terra, por água, e por luz acima dela.
11E da mesma
maneira os pecadores são separados quando morrem, e são sepultados na terra;
julgamento
não os surpreenderá em seu tempo de vida.
12Aqui suas
almas estão separadas. Além disso, abundante é seu sofrimento até o tempo do
grande
julgamento, o
castigo, e o tormento daqueles que eternamente execraram, cujas almas são munidas
e amarradas
lá para sempre.
13E assim tem
sido desde o princípio do mundo. Assim, existe uma separação entre as almas
daqueles que
proferem reclamações, e daqueles que vigiam pela sua destruição, para sua
matança
no dia dos
pecadores.
14Um
receptáculo deste tipo foi formado para as almas dos injustos, e dos pecadores;
daqueles que
cometeram
crime, e se associaram aos ímpios, com os quais eles se assemelham. Suas almas
não
serão
aniquiladas naquele dia de julgamento, nem se levantarão deste lugar. Então eu
bendisse a
Deus,
15E falei:
Abençoado seja o meu Senhor, o Senhor da glória e da retidão, cujo reino será
para
sempre e
sempre.
Capítulo 23
1Dali eu fui
para outro lugar, em direção ao oeste, até às extremidades da terra,
2Onde vi um
fogo resplandecente correndo ao longo sem cessar, com um curso não
intermitente,
nem de dia
nem de noite; mas sempre o mesmo, continuadamente.
3Eu
indaguei,dizendo: O que é isto, que nunca cessa?
4Então
Raguel, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu,
5E disse: Este
fogo flamejante que tu vês correndo em direção ao oeste é aquele de todas
as
luminárias do
céu.
Capítulo 24
1Eu fui dali
para outro lugar, e vi uma montanha de fogo que resplandece tanto de dia quanto
de
noite. Fui em
direção a ela e percebi sete esplêndidas montanhas, as quais eram diferentes
umas das
outras.
2Suas pedras
eram brilhantes e belas; todas eram brilhantes e esplêndidas à vista e formosa
era sua
superfície.
Três montanhas estavam em direção ao leste, consolidadas e fortalecidas
por estarem
colocadas uma
sobre a outra; três estavam em direção ao sul, consolidadas de maneira similar.
Três
eram
igualmente vales profundos, os quais não se acercavam uma da outra. A sétima
montanha
estava no
meio delas. Em comprimento elas todas se assemelhavam ao assento de um trono, e
árvores
odoríferas rodeavam-nas.
3Entre estas
havia uma árvore de um odor incessante; nem daquelas que estavam no Éden, havia
lá
alguma, de
todas as árvores de fragrância, que cheirava como esta. Suas folhas, suas
flores, nunca
ficam
murchas, e seu fruto era belo.
4Seu fruto
assemelhava-se ao cacho da palmeira. Eu exclamei: Vê! Esta árvore é vistosa de
aspecto,
agradável em
suas folhas, e o aspecto de seus frutos é delicioso à vista. Então Miguel, um
dos
santos anjos
que estava comigo, e um dos que presidem sobre elas, respondeu,
5E disse:
Enoque, por que inquires a respeito do odor desta árvore?
6Por que estás
inquisitivo para sabê-lo?
7Então eu,
Enoque, respondi-lhe, e disse: Concernente a tudo eu estou desejoso de
instrução, mas
particularmente
com respeito a esta árvore.
8Ele
respondeu-me dizendo: A montanha que tu vês, o prolongamento da qual
assemelha-se ao
assento do
Senhor, será o assento no qual se assentará o Santo e grande Senhor da glória,
o eterno
Rei, quando
Ele virá e descerá para visitar a terra com bondade.
9E aquela
árvore de agradável aroma, não de um odor carnal; lá ninguém terá poder para
toca-la até
o tempo do
grande julgamento. Quando todos serão punidos e consumidos para sempre; isto
será
conferido
sobre os justos e humildes. O fruto da árvore será dado ao eleito. Pois
em direção ao
norte, vida
será plantada no santo lugar, em direção à habitação do eterno Rei.
10Então eles
se regozijarão grandemente e exultarão no Santo. O doce odor entrará em seus
ossos; e
eles viverão
uma longa vida na terra como seus antepassados; em seus dias não haverá
tristeza,
angústia,
aborrecimento e nem punição os afligirá.
11E eu
abençoei o Senhor da glória, o eterno Rei, porque ele preparou esta árvore para
os santos,
formou-a, e
declarou que Ele a daria para eles.
Capítulo 25
1Dali eu fui
para o meio da terra, e vi um feliz e fértil lugar, o qual continha ramos
espalhando-se
continuamente
das árvores que estavam plantadas nele. Ali eu vi uma santa montanha, e debaixo
dela a água
do lado de traz fluía em direção ao sul. Eu vi no oriente outra montanha tão
alta quanto
aquela; e
entre elas havia um profundo, mas não largo vale.
2Água corria
para a montanha para o ocidente dela; e debaixo dela havia igualmente outra
montanha.
3Lá havia um
vale, mas não um vale largo, abaixo; e no meio deles havia outro profundo e
seco vale
em direção da
extremidade da árvore. Todos esses vales, que eram profundos, mas não oblíquo,
consistia de
uma forte rocha, com a árvore que estava plantada nela. E eu maravilhei-me com
a
rocha e o
vale, ficando extremamente surpreso.
Capítulo 26
1Então eu
disse: O que significa esta terra abençoada, e todas estas altas árvores, e o
vale
amaldiçoado
entre elas?
2Então Uriel,
um dos santos anjos que estava comigo, respondeu: Este vale é o amaldiçoado dos
amaldiçoados
para sempre. Aqui serão reunidos todos os que pronunciaram com suas bocas
linguagem
imprópria contra Deus, e falaram rudes coisas da Sua glória. Aqui eles serão
reunidos.
Aqui será seu
território.
3Nos últimos
dias um exemplo de julgamento será feito em retidão diante dos santos, enquanto
aqueles que
receberam misericórdia, para sempre, todos os dias, abençoarão a Deus, o eterno
Deus.
4E no período
do julgamento eles abençoarão a Ele por sua misericórdia, como Ele distribuiu-a
a