Livro de Enoque

O LIVRO DE ENOQUE... Capítulos  001-026 --- 027-060 --- 061-077 --- 078-089 --- 090-105

O livro de Enoch é um texto apócrifo que é mencionado por algumas cartas do Novo Testamento (Judas, Hebreus e 2ª de Pedro). Até a elaboração da Vulgata, por volta do ano 400, os primeiros seguidores de Cristo o mencionavam abertamente em seus textos e o aceitavam como real. Após a Vulgata ele caiu no esquecimento. Entretanto, o livro é muito interessante e parece real. O livro de Enoch foi preservado somente em uma cópia, na totalidade, em etíope e, por esta razão, também é chamado de Enoch etíope.



Capítulo 1

1As palavras das bênçãos de Enoque, com as quais ele abençoou os eleitos e os justos, os quais devem existir nos tempos da tribulação, rejeitando toda iniqüidade e mundanismo. Enoque, um homem justo, o qual estava com Deus, respondeu e falai com Deus enquanto seus olhos estavam abertos, e enquanto via uma santa visão dos céus. Isto os anjos me mostraram.
2Deles eu ouvi todas as coisas e entendi o que vi; coisas que não terão lugar nesta geração, mas numa geração que deve acontecer num tempo distante, por causa dos eleitos.
3A respeito deles eu falei e conversei com Ele, o qual virá de Sua habitação, o Santo e Poderoso, o Deus do mundo:
4O qual pisará sobre o Monte Sinai; aparecerá com Suas hostes e se manifestará com a força do Seu poder dos céus.
5Todos estarão temerosos e as Sentinelas estarão aterrorizados.
6Grande temor e tremor se apoderarão deles, mesmo aos confins da terra. As alturas das montanhas serão abaladas, e os altos montes serão abatidos, derretidos como o favo de mel na chama de fogo. A terra será imersa e todas as coisas que nela estão perecerão; enquanto julgamento virá sobre todos, mesmo sobre todos os justos:
7Mas a eles será dada paz: Ele preservará os eleitos e para com eles exercitará clemência.
8Então todos pertencerão a Deus, serão felizes e abençoados, e o esplendor da Divindade os iluminará.

Capítulo 2

1Eis que Ele vem com dezenas de milhares dos Seus santos para executar julgamento sobre os pecadores e destruir o iníquo, e reprovar toda coisa carnal e toda coisa pecaminosa e mundana que foi feita, e cometida contra Ele. (2)
(2) Citado por Judas, vss. 14, 15.

Capítulo 3

1Todos os que estão nos céus sabem o que transcorre lá.
2Eles sabem que as luminárias celestes não mudam seus caminhos; que cada uma nasce e se põe regularmente, cada uma a seu próprio tempo, sem transgredir os mandamentos que receberam. A VISÃO da terra, e entendem o que deve acontecer, desde o princípio até o seu fim.
3Eles vêem que toda obra de Deus é invariável no período de seu aparecimento. Eles vêem o verão e o inverno: percebendo que toda terra está repleta de água; e que a nuvem, o orvalho, e a chuva refrescam-na.

Capítulo 4

1Eles consideram e vêem cada árvore, como aparecem para depois murchar, e toda folha, para depois cair, exceto de quatorze árvores, as quais não são efêmeras, e esperam pelo aparecimento das folhas novas por dois ou três invernos.

Capítulo 5

1Novamente eles consideram os dias de verão, que o sol está sobre a terra desde o princípio; enquanto tu procuras por uma cobertura e por um lugar sombreado por causa do sol ardente; enquanto a terra é queimada com calor fervente, e tu te tornas incapaz de andar sobre a terra ou sobre as rochas em conseqüência do calor.

Capítulo 6

1Eles consideram como as árvores, quando elas dão suas folhas verdes, cobrem-se e produzem frutos; entendendo tudo, e sabendo que Ele, o qual vive para sempre, faz todas estas coisas por causa de vós:
2Que as obras desde o princípio de todo ano existente, que todas as suas obras são obedientes a Ele e invariáveis; assim como Deus determinou, assim todas as coisas acontecem.
3Eles vêem também como os mares e os rios juntos completam suas respectivas operações: 
4Mas tu resistes impacientemente, não cumpres os mandamentos do Senhor, mas transgrides e calunias a Sua grandiosidade; e malditas são as palavras em tua boca poluída contra Sua majestade.
5Tu, murcho de coração, a paz não estará contigo!
6Portanto teus dias te amaldiçoarão, e os anos de tua vida perecerão; execração perpétua se multiplicará, e não obterás misericórdia.
7Nestes dias tu resignas tua paz com a eterna maldição de todos os justos, e os pecadores
perpetuamente te execrarão;
8Eles te execrarão com tudo o que não é divino.
9Os eleitos possuirão luz, alegria e paz; e herdarão a terra.
10Mas tu, que não és santo, serás amaldiçoado.
11Então a sabedoria será dada aos eleitos, todos os que viverão, e não transgredirão por impiedade ou orgulho, mas humilhar-se-ão, processando prudência, e não repetirão transgressão.
12Eles não condenarão todo o período das suas vidas, não morrerão em tormento e indignação; mas a soma dos seus dias se completará, e envelhecerão em paz; enquanto os anos de sua felicidade se multiplicarão em alegria, e com paz, para sempre, em toda a duração de sua existência.

Capítulo 7

1E aconteceu depois que os filhos dos homens se multiplicaram naqueles dias, nasceram-lhe filhas,
elegantes e belas.
2E quando os anjos, (3) os filhos dos céus, viram-nas, enamoraram-se delas, dizendo uns para os
outros: Vinde, selecionemos para nós mesmos esposas da progênie dos homens, e geremos filhos.
(3) No texto aramaico lê-se "Sentinelas" (J.T. Milik, Aramaic Fragments of Qumran Cave 4 [Oxford: Clarendon Press,
1976], p. 167).
3Então seu líder Samyaza disse-lhes: Eu temo que talvez possais indispor-vos na realização deste
empreendimento;
4E que só eu sofrerei por tão grave crime.
5Mas eles responderam-lhe e disseram: Nós todos juramos;
6 (e amarraram-se por mútuos juramentos), que nós não mudaremos nossa intenção mas executamos
nosso empreendimento projetado.
7Então eles juraram todos juntos, e todos se amarraram (ou uniram) por mútuo juramento. Todo seu
número era duzentos, os quais descendiam de Ardis, (4) o qual é o topo do monte Armon.
(4) de Ardis. Ou, "nos dias de Jared" (R.H. Charles, ed. and trans., The Book of Enoch [Oxford: Clarendon Press,
1893], p. 63).
8Aquele monte portanto foi chamado Armon, porque eles tinham jurado sobre ele, (5) e amarraramse
por mútuo juramento.
(5) Mt. Armon, ou Monte Hermon deriva seu nome do hebreu herem, uma maldição (Charles, p. 63).
9Estes são os nomes de seus chefes: Samyaza, que era o seu líder, Urakabarameel, Akibeel, Tamiel,
Ramuel, Danel, Azkeel, Saraknyal, Asael, Armers, Batraal, Anane, Zavebe, Samsaveel, Ertael,
Turel, Yomyael, Arazyal. Estes eram os prefeitos dos duzentos anjos, e os restantes estavam todos
com eles. (6)
(6) O texto aramaico preserva uma lista anterior dos nomes destes Guardiães ou Sentinelas: Semihazah; Artqoph;
Ramtel; Kokabel; Ramel; Danieal; Zeqiel; Baraqel; Asael; Hermoni; Matarel; Ananel; Stawel; Samsiel; Sahriel;
Tummiel; Turiel; Yomiel; Yhaddiel (Milik, p. 151).
10Então eles tomaram esposas, cada um escolhendo por si mesmo; as quais eles começaram a
abordar, e com as quais eles coabitaram, ensinando-lhes sortilégios, encantamentos,e a divisão de
raízes e árvores.
11E as mulheres conceberam e geraram gigantes, (7).
(7) O texto grego varia consideravelmente do etíope aqui. Um manuscrito grego acrescenta a esta secção, "E elas [as
mulheres] geraram a eles [as Sentinelas] três raças: os grandes gigantes. Os gigantes trouxeram [alguns dizem
“mataram"] os Naphelim, e os Naphelim trouxeram [ou "mataram"] os Elioud. E eles sobreviveram, crescendo em
poder de acordo com a sua grandeza." Veja o registro no Livro dos Jubileus.
12Cuja estatura era de trezentos cúbitos. Estes devoravam tudo o que o labor dos homens produzia e
tornou-se impossível alimentá-los;
13Então eles voltaram-se contra os homens, a fim de devorá-los;
14E começaram a ferir pássaros, animais, répteis e peixes, para comer sua carne, um depois do
outro, (8) e para beber seu sangue.
(8) Sua carne, um depois do outro. Ou, "de uma outra carne". R.H. Charles nota que esta frase pode referir-se à
destruição de uma classe de gigantes por outra. (Charles, p. 65).
15Então a terra reprovou os injustos.

Capítulo 8

1Além disso, Azazyel ensinou os homens a fazerem espadas, facas, escudos, armaduras (ou
peitorais), a fabricação de espelhos e a manufatura de braceletes e ornamentos, o uso de pinturas, o
embelezamento das sobrancelhas, o uso de todo tipo selecionado de pedras valiosas, e toda sorte de
corantes, para que o mundo fosse alterado.
2A impiedade foi aumentada, a fornicação multiplicada; e eles transgrediram e corromperam todos
os seus caminhos.
3Amazarak ensinou todos os sortilégios, e divisores de raízes:
4Armers ensinou a solução de sortilégios;
5Barkayal ensinou os observadores das estrelas, (9)
(9) Observadores das estrelas. Astrólogos (Charles, p. 67).
6Akibeel ensinou sinais;
7Tamiel ensinou astronomia;
8E Asaradel ensinou o movimento da lua,
9E os homens, sendo destruídos, clamaram, e suas vozes romperam os céus.

Capítulo 9

1Então Miguel e Gabriel, Radael, Suryal, e Uriel, olharam abaixo desde os céus, e viram a
quantidade de sangue que era derramada na terra, e toda a iniqüidade que era praticada sobre ela, e
disseram um ao outro; Esta é a voz de seus clamores;
2A terra desprovida de seus filhos tem clamado, mesmo até os portões do céu.
3E agora a ti, ó Santo dos céus, as almas dos homens queixam-se, dizendo: Obtém justiça para
conosco com o Altíssimo (10). Então eles disseram ao seu Senhor, o Rei: Tu és Senhor dos senhores,
Deus dos deuses, Rei dos reis. O trono de Tua glória é para sempre e sempre, e para sempre seja
Teu nome santificado e glorificado.
(10) Obtém justiça para conosco. Literalmente, "Traz julgamento para nós do..." (Richard Laurence, ed. and trans.,
The Book of Enoch the Prophet [London: Kegan Paul, Trench & Co., 1883], p. 9).
4Tu fizeste todas as coisas; Tu possuis poder sobre todas as coisas; e todas as coisas estão abertas e
manifestas diante de Ti. Tu vês todas as coisas e nada pode esconder-se de Ti.
5Tu viste o que Azazyel tem feito, como ele tem ensinado toda espécie de iniqüidade sobre a terra, e
tem aberto ao mundo todas as coisas secretas que são feitas nos céus.
6Samyaza também tem ensinado sortilégios, para quem Tu deste autoridade sobre aqueles que estão
associados Contigo. Eles tem ido juntos às filhas dos homens, têm-se deitado com elas; têm-se
contaminado;
7E têm descoberto crimes a elas. (11)
(11) Descoberto crimes. Ou, "revelado estes sinais" (Charles, p. 70).
8As mulheres igualmente têm gerado gigantes.
9Assim toda a terra tem se enchido de sangue e iniqüidade.
10E agora, vês que as almas daqueles que estão mortos clamam.
11E queixam-se até ao portão do céu.
12Seus gemidos sobem; nem podem eles escapar da injustiça que é cometida na terra. Tu conheces
todas as coisas, antes de elas existirem.
13Tu conheces estas coisas, e o que tem sido feito por eles; já Tu não falas a nós.
14O que, por conta destas coisas, devemos fazer contra eles?
Capítulo 10
1Então o Altíssimo, o Grande e Santo falou,
2E enviou a Arsayalalyur (12) ao filho de Lamech,
(12) Arsayalalyur. No texto em grego lê-se "Uriel”.
3Dizendo: Diz a eles em Meu nome: Esconde-te.
4Então explicou-lhe a consumação que está preste a acontecer; pois toda a terra perecerá; as águas
do dilúvio virão sobre toda a terra, e todas os que estão nela serão destruídos.
5E agora, ensina-o como ele pode escapar, e como sua semente pode permanecer em toda a terra.
6Novamente o Senhor disse a Rafael: Amarra a Azazyel, mãos e pés; lança-o na escuridão; e
abrindo o deserto que está em Dudael, lança-o nele.
7Arremessa sobre ele pedras agudas, cobrindo-o com escuridão;
8Lá ele permanecerá para sempre; cobre sua face, para que ele não possa ver a luz.
9E no grande dia do julgamento lança-o ao fogo.
10Restaura a terra, a qual os anjos corromperam; e anuncia vida a ela, para que Eu possa recebê-la.
11Todos os filhos dos homens, sua descendência, não perecerão em consequência de todo segredo,
pelo qual as Sentinelas têm destruído, e o que eles ensinaram;
12Toda a a terra tem se corrompido pelos efeitos dos ensinamentos de Azazyel. A ele, portanto, se
atribui todo crime.
13A Gabriel também o Senhor disse: Vai aos bastardos, (13) aos réprobos, aos filhos da fornicação; e
destrói os filhos da fornicação, a descendência das Sentinelas de entre os homens; traga-os e excitaos
uns contra os outros. Faça-os perecer por mútua matança; pois o prolongamento de dias não será
deles.
(13) "bastardos" (Charles, p. 73; Michael A. Knibb, ed. and trans., The Ethiopic Book of Enoch [Oxford: Clarendon
Press, 1978], p. 88).
14Eles rogarão a ti, mas seus pais não obterão seus desejos com respeito a eles; pois eles esperaram
por vida eterna, e que eles possam viver, cada um deles, quinhentos anos.
15A Miguel, igualmente o Senhor disse: Vai e anuncia seus próprios crimes a Samyaza, e aos outros
que estão com ele, os quais têm se associado às mulheres para que se contaminem com toda sua
impureza. E quando todos os seus filhos forem mortos, quando eles virem a perdição dos seus bemamados,
amarra-os por setenta gerações debaixo da terra, mesmo até o dia do julgamento, e da
consumação, até o julgamento, cujo efeito que dura para sempre, seja completado.
16Então eles serão levados para as mais baixas profundezas do fogo em tormentos; lá eles serão
encerrados em confinamento para sempre.
17Imediatamente depois disso ele, (14) juntamente com os outros, queimarão e perecerão; eles serão
amarrados até a consumação de muitas gerações.
(14) Ele. I.e., Samyaza.
18Destrói todas as almas viciadas na luxúria, (15) e a descendência das Sentinelas, pois eles tiranizam
a humanidade.
(15) "luxúria" (Knibb, p. 90; cp. Charles, p. 76).
19Que todo opressor pereça na face da terra;
20Que toda má obra seja destruída;
21A semente da justiça e da retidão apareça, e o que é produtivo torne-se uma bênção.
22Justiça e retidão serão plantados para sempre com prazer.
23E então todos os santos darão graças, e viverão até terem gerado milhares de filhos, enquanto todo
o período se sua juventude, e seus sábados, serão completados em paz. Naqueles dias toda a terra
será cultivada em retidão; ela será totalmente cultivada com árvores, e será cheia de bendições; toda
árvore de delícias será plantada nela.
24Vinhas serão plantadas; e a vinha que nela será plantada produzirá frutos para saciedade; toda
semente que nela será semeada produzirá mil por uma medida; e uma medida de olivas produzirá
dez prensas de óleo.
25Purifica a terra de toda opressão, de toda injustiça, de todo crime, de toda impiedade, e de toda
impureza que é cometida sobre ela. Extermina-os da terra.
26Então todos os filhos dos homens serão justos, e todas as nações me pagarão divinas honras, e Me
abençoarão; e todos Me adorarão.
27A terra será limpa de toda corrupção, de toda punição e de todo sofrimento; Eu não enviarei
novamente dilúvio sobre ela, de geração em geração para sempre.
28Naqueles dias Eu abrirei tesouros de bênçãos que estão nos céus, para que Eu possa fazê-las
descer sobre a terra, e sobre todos os trabalhos e labores do homem.
29Paz e eqüidade se associará aos filhos dos homens todos os dias do mundo, em cada uma de suas
gerações.

Capítulo 11 (não tem)

Capítulo 12

1Antes de todas estas coisas acontecerem, Enoque esteve escondido; e nenhum dos filhos dos
homens sabia onde ele estava, onde ele havia estado, e o que havia acontecido.
2Ele esteve totalmente engajado com os santos, e com as Sentinelas em seus dias.
3Eu, Enoque, fui abençoado pelo grande Senhor e Rei da paz.
4E eis que as Sentinelas chamaram-me Enoque, o escriba.
5Então o Senhor disse-me: Enoque, escriba da retidão, vai e dize às Sentinelas dos céus, os quais
desertaram o alto céu e seu santo e eterno estado, os quais foram contaminados com mulheres.
6E fizeram como os filhos dos homens fazem, tomando para si esposas, e os quais têm sido
grandemente corrompidos na terra;
7Que na terra eles nunca obterão paz e remissão de pecados. Pois eles não se regozijarão em sua
descendência; eles verão a matança dos seus bem-amados; lamentarão a destruição dos seus filhos e
farão petição para sempre; mas não obterão misericórdia e paz.

Capítulo 13

1Então Enoque, passando ali, disse a Azazyel: Tu não obterás paz. Uma grande sentença há contra
ti. Ele te amarrará;
2Socorro, misericórdia e súplica não estarão contigo por causa da opressão que tens ensinado;
3E por causa de todo ato de blasfêmia, tirania e pecado que tens descoberto aos filhos dos homens.
4Então partindo dele, falei a eles todos juntos;
5E eles todos ficaram apavorados, e tremeram;
6Abençoando-me por escrever por eles um memorial de súplica, para que eles pudessem obter
perdão; e que eu fizesse um memorial de suas orações ascendendo diante do Deus do céu; porque
eles, por si mesmos, desde então não podiam dirigir-se a Ele, nem levantar seus olhos aos céus por
causa da infame ofensa com a qual eles foram julgados.
7Então eu escrevi um memorial de suas orações e súplicas, por seus espíritos, por tudo o que eles
haviam feito, e pelo assunto de sua solicitação, para que eles obtivessem remissão e descanso.
8Procedendo nisso, eu continuei sobre as águas de Danbadan, (16) as quais estão da direita para o
oeste de Armon, lendo o memorial de suas orações, até que caí adormecido.
(16) Danbadan. Dan in Dan (Knibb, p. 94).
9E eis que um sonho veio a mim, e visões apareceram acima de mim. E caí e vi uma visão de
castigos, para que eu pudesse ralatá-la aos filhos dos céus, e reprová-los. Quando eu acordei fui até
eles. Todos estavam reunidos chorando em Oubelseyael, que está situada entre o Libano e Seneser,
(17) com suas faces escondidas.
(17) Libanos e Seneser. Líbano e Senir (próximo a Damasco).
10E relatei em sua presença todas as visões que eu havia visto, e meu sonho;
11E comecei a pronunciar estas palavras de retidão, reprovando as Sentinelas do céu.

Capítulo 14

1Este é o livro das palavras de retidão, e de reprovação das Sentinelas, os quais pertencem ao
mundo, (18) de acordo com o que Ele, que é santo e grande, ordenou na visão. Eu percebi em meu
sonho que eu estava então falando com a língua da carne, e com meu fôlego, que o Poderoso
colocou na boca dos homens, para que eles pudessem conversar com Ele.
(18) Os quais pertencem ao mundo. Ou, "os quais (são) da eternidade" (Knibb, p. 95).
2Eu entendi com o coração. Assim como Ele havia criado e dado aos homens o poder de
compreender a palavra de entendimento, assim criou, e deu a mim o poder de reprovar os
Sentinelas, a geração dos céus. E escrevi sua petição; e na minha visão foi-me mostrado que seu
pedido não lhes será atendido enquanto o mundo perdurar.
3Julgamento passou sobre vós: vosso pedido não vos será atendido.
4De agora em diante, nunca ascendereis ao céu; Ele o disse que na terra Ele vos amarrará, tanto
tempo quanto o mundo existir.
5Mas antes destas coisas tu verás a destruição dos vossos bem-amados filhos; não os possuireis, mas
eles cairão diante de vós pela espada.
6Nem pedireis por eles, nem por vós mesmos;
7Mas chorareis e suplicareis em silêncio. As palavras do livro que eu escrevi.(19)
(19) Mas chorareis… Eu escrevi. Ou, "Assim também, a despeito de vossas lágrimas e orações, não recebereis nada,
de tudo o que está contido nos registros que eu tenho escrito" (Charles, p. 80).
8Uma visão então me apareceu.
9Eis que naquela visão, nuvens e névoa convidaram-me; estrelas agitadas e brilho de relâmpagos
impeliram-me e pressionaram-me adiante, enquanto ventos na visão assistiram meu vôo, acelerando
meu progresso.
10Eles elevaram-me no alto ao céu. Eu prossegui, até que cheguei próximo dum muro construído
com pedras de cristal. Uma chama de fogo vibrante (20) rodeou-o, a qual começou a golpear-me com
terror.
(20) Chama de fogo vibrante. Literalmente, "uma língua de fogo”.
11Nesta chama de fogo vibrante eu entrei;
12E aproximei-me de uma espaçosa habitação, também construída com pedras de cristal. Seus
muros também, bem como o pavimento, eram formados com pedras de cristal, e de cristal também
era o piso. Seu telhado tinha a aparência de estrelas agitadas e brilhos de relâmpagos; e entre eles
haviam querubins de fogo num céu tempestuoso.(21) Uma chama queimava ao redor dos muros; e
seu portal queimava com fogo. Quando eu entrei nesta habitação, ela era quente como fogo e frio
como o gelo. Nenhum traço de encanto ou de vida havia lá. O terror sobrepujou-me, e um tremor
de medo apoderou-se de mim.
(21) Num céu tempestuoso. Literalmente, "e seu céu era água" (Charles, p. 81).
13Violentamente agitado e tremendo, eu caí sobre minha face. Na visão eu olhei.
14E ví que lá havia outra habitação mais espaçosa que a primeira, cada entrada da qual estava aberta
diante de mim, elevada no meio da chama vibrante.
15Tão grandemente superou em todos os pontos, em glória, em magnificência, em magnitude, que é
impossível descrever-vos o esplendor ou a extensão dela.
16Seus pisos eram de fogo, acima haviam relâmpagos e estrelas agitadas, enquanto o telhado exibia
um fogo ardente.
17Eu examinei-a atentamente e vi que ela continha um trono exaltado;
18A aparência do qual era semelhante à da geada, enquanto que sua circunferência assemelhava-se à
órbita do sol brilhante; e havia a voz de um querubim.
19Debaixo desse poderoso trono saíam rios de fogo flamejante.
20Olhar para ele foi impossível.
21Alguém grande em glória assentava-se sobre ele,
22Cujo manto era mais brilhante que o sol, e mais branco que a neve.
23Nenhum anjo era capaz de penetrar para olhar a Sua face, o Glorioso e Efulgente; nem podia
algum mortal vê-Lo. Um fogo flamejante rodeava-O.
24Também um fogo de grande extensão continuava a elevar-se diante dEle; de modo que nenhum
daqueles que estavam ao redor dEle eram capazes de aproximar-se dEle, entre as miríades de
miríades(22) que estavam diante dEle. Para Ele santa consulta era desnecessária. Contudo, o
Santificado, que estava próximo dEle, não apartou-se dEle nem de noite nem de dia; nem eram eles
tirados de diante dEle. Eu também estava tão adiantado, com um véu sobre minha face, e trêmulo.
Então o Senhor com sua própria boca chamou-me, dizendo: Aproxima-se aqui acima, Enoque, à
minha santa palavra.
(22) Miríades de miríades. Dez mil vezes dez mil (Knibb, p. 99).
25E Ele ergueu-me, fazendo aproximar-me, mesmo até à entrada. Meus olhos estavam dirigidos para
o chão.

Capítulo 15

1Então dirigindo-se para mim, Ele falou e disse: Ouve, não se atemorize, justo Enoque, tu escriba da
retidão: aproxima-te para cá, e ouve a minha voz. Vai, dize às Sentinelas do céu, a quem te enviei
para rogar por eles; tu deves rogar pelos homens, e não os homens por ti.
2Portanto, deves abandonar o sublime e santo céu, o qual permanece para sempre; deitastes com
mulheres; vos corrompestes com as filhas dos homens; tomastes para ti esposas; agistes igual aos
filhos da terra, e gerastes uma ímpia descendência.(23)
(23) Uma ímpia descendência. Literalmente, "gigantes" (Charles, p. 82; Knibb, p. 101).
3 Sois espirituais, santos, e possuidores de uma vida que é eterna; vos contaminastes com mulheres,
procriastes em sangue carnal; cobiçastes o sangue de homens; e fizestes como aqueles que são
carne e sangue fazem.
4Estes, contudo, morrem e perecem.
5Portanto, de agora em diante Eu dou-vos esposas, para que possais coabitar com elas; para que
filhos nasçam delas; e que isto seja negociado sobre a terra.
6Mas desde o princípio fostes feitos espirituais, possuindo uma vida que é eterna, e não sujeito à
morte para sempre.
7Portanto, eu não fiz esposas para vós, porque, sendo espirituais, vossa habitação está no céu,
8Agora, os gigantes que têm nascido de espírito e de carne, serão chamados sobre a terra de maus
espíritos, e na terra estará a sua habitação. Maus espíritos procederão de sua carne, porque eles
foram criados de cima; dos santos Sentinelas foi seu princípio e a sua primeira fundação. Maus
espíritos eles serão sobre a terra, e de espíritos da maldade eles serão chamados. A habitação dos
espíritos do céu será no céu, mas sobre a terra estará a habitação dos espíritos terrestriais, os quais
são nascidos na terra.(24)
(24) Note as muitas implicações dos versículo 3-8 com respeito à progênie dos maus espíritos.
9Os espíritos dos gigantes serão semelhantes às nuvens, (25) os quais oprimem, corrompem, caem,
contendem e confundem sobre a terra.
(25) A palavra grega para "nuvem" aqui, nephelas, pode ocultar a mais antiga leitura, Napheleim (Nephilim).
10Eles causarão lamentação. Nenhuma comida eles comerão; e terão sede; eles se esconderão e não
(26) se levantarão contra os filhos dos homens, e contra as mulheres; pois eles virão durante os dias
da matança e da destruição.
(26) Não. Quase todos os manuscritos contêm esta negativa, mas Charles, Knibb, e outros acreditam que o “não” deve
ser deletado para que na frase leia-se "levantarão".

Capítulo 16

1E quanto à morte dos gigantes, onde quer que seus espíritos se apartem de seus corpos; que sua
carne, que é perecível, esteja sem julgamento.(27) Assim eles perecerão, até o dia da grande
consumação do mundo. Uma destruição das Sentinelas e dos ímpios acontecerá.
(27) Que sua carne… esteja sem julgamento. Ou, "sua carne será destruída antes do julgamento" (Knibb, p. 102).
2E então às Sentinelas, aos quais enviei-te para rogar por eles, os quais no princípio estavam no céu,
3Dize: No céu tens estado; coisas secretas, entretanto, não têm sido manifestadas a ti; contudo tens
conhecido um reprovável mistério.
4E isto tens relatado às mulheres na dureza do vosso coração, e por aquele mistério as mulheres e a
humanidade têm multiplicado males sobre a terra.
5Dize a eles: Nunca, portanto, obtereis paz.

Capítulo 17

1Eles levantaram-me a um certo lugar, onde lá havia (28) a aparência de um fogo fervente; e quando
eles se agradaram assumiram a semelhança de homens.
(28) Onde havia. Ou, "onde eles [os anjos] eram semelhantes" (Knibb, p. 103).
2Eles levaram-me a um alto lugar, a uma montanha, cujo topo alcançava o céu.
3E eu vi os receptáculos da luz e do trovão nas extremidades do lugar, onde ele era profundo. Havia
um arco de fogo, e flechas em seu vibrar, uma espada de fogo, e toda espécie de relâmpagos.
4Então eles levaram-me a um arroio murmurante, (29) e a um fogo no oeste, o qual recebeu todo pôrdo-
sol. Eu vim a um rio de fogo, o qual fluiu como água, e desaguou no grande mar para o oeste.
(29) A um arroio murmurante. Literalmente, "à água da vida, a qual fala" (Laurence, p. 23).
5Eu vi todo largo rio, até que cheguei à grande escuridão. Eu fui para onde toda carne migra; e vi as
montanhas da escuridão as quais constituem o inverno, e o lugar do qual flui a água em cada
abismo.
6 Eu vi também as bocas de todos os rios no mundo, e as bocas das profundezas.

Capítulo 18

1Eu então examinei os receptáculos de todos os ventos, percebendo que eles contribuem para
adornar toda criação, e para preservar a fundação da terra.
2Eu examinei a pedra que apóia os cantos da terra.
3Também vi os quatro ventos, os quais sustêm a terra, e o firmamento do céu.
4E eu vi os ventos ocupando o céu exaltado,
5Surgindo no meio do céu e da terra, e constituindo os pilares do céu.
6Eu vi os ventos que giram no céu, os quais ocasionam e determinam a órbita do sol e de todas as
estrelas; e sobre a terra eu vi os ventos que mantêm as nuvens.
7Eu vi o caminho dos anjos.
8Percebi na extremidade da terra o firmamento do céu acima dele. Então passei para a direção do
sul,
9Onde queimam, tanto de dia quanto de noite, seis montanhas formadas de gloriosas pedras, três em
direção ao leste, e três em direção ao sul.
10Aquelas que estão em direção ao leste eram de pedra multicolorida, uma das quais era de
margarite, e outra de antimônio. Aquelas em direção ao sul eram de uma pedra vermelha. A do
meio aproximava-se do céu como o trono de Deus; um trono composto de alabastro, o topo do qual
era de safira. Vi também um fogo flamejante suspenso sobre todas as montanhas.
11E lá eu vi um lugar do outro lado de um extenso território, onde águas foram coletadas.
12Também vi fontes terrestriais, profundas em colunas ardentes do céu.
13E nas colunas do céu eu vi fogos, os quais desciam sem número, mas nem no alto, ou no
profundo. Sobre estas fontes também percebi um lugar onde não havia nem o firmamento do céu
acima dele, nem o sólido chão abaixo dele; nem havia água acima; ou nada no vento; mas o lugar
era desolado.
14E lá eu vi sete estrelas, semelhantes a grandes montanhas, e como espíritos suplicando-me.
15Então o anjo disse: Este lugar, até a consumação do céu e da terra, será a prisão das estrelas, e das
hostes do céu.
16As estrelas que rolam sobre fogo são aquelas que transgrediram o mandamento de Deus antes que
seu tempo chegasse; pois elas não vieram em sua própria estação. Portanto, Ele ofendeu-se com
elas, e amarrou-as até o período da consumação dos seus crimes no ano secreto.

Capítulo 19

1Então Uriel disse: Eis aqui os anjos que coabitaram com mulheres, escolheram seus líderes;
2E sendo numerosos em aparência (30) profanaram os homens e fizeram com que errassem; assim
eles sacrificaram aos demônios como aos deuses. Pois no grande dia haverá um julgamento, no qual
eles serão julgados, até que sejam consumidos; e suas esposas também serão julgadas, as quais
levaram desencaminhadamente os anjos do céu para que as saudassem.
(30) Sendo numerosos em aparência. Ou, "assumindo muitas formas" (Knibb, p. 106).
3E eu, Enoque, só vi a aparência do fim de todas as coisas. Não tendo visto nenhum homem
enquanto via as coisas.

Capítulo 20

1Estes são os nomes dos anjos Sentinelas:
2Uriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre o clamor e o terror.
3Rafael, um dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos homens.
4Raguel, um dos santos anjos, o qual inflige punição ao mundo e às luminárias.
5Miguel, um dos santos anjos, o qual, presidindo sobre a virtude humana, comanda as ações.
6Sarakiel, um dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos filhos dos homens que
transgridem.
7Gabriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre Ikisat, (31) sobre o paraíso e sobre o querubim.
(31) Ikisat. As serpentes (Charles, p. 92; Knibb, p. 107).

Capítulo 21

1Então eu fiz um circuito para um lugar no qual nada estava completo.
2E lá eu não vi nem as tremendas manufaturas do um céu exaltado, nem de uma terra estabelecida,
mas um lugar desolado, preparado e terrível.
3Lá também vi sete estrelas do céu amarradas juntas, semelhantes a grandes montanhas, e
semelhante ao fogo fervente. Eu exclamei: Por que espécie de crime elas foram amarradas, e por
que foram removidas de seu lugar? Então Uriel, um dos santos anjos que estava comigo, e o qual
conduzia-me, respondeu: Enoque, por que perguntas; por que arrazoas consigo mesmo, e
ansiosamente indagas? Estas são aquelas estrelas que transgrediram o mandamento do altíssimo
Deus; e estão aqui amarradas, até que o número infinito dos dias dos seus crimes esteja completo.
4Dali eu passei depois para um outro lugar terrível;
5Onde eu vi a operação de um grande fogo flamejante e resplandecente, no meio do qual havia uma
divisão. Colunas de fogo lutando juntas para o fim do abismo, e profunda era sua descida. Mas sua
medida e magnitude eu não fui capaz de descobrir, nem pude perceber sua origem. Então exclamei:
Quão terrível é este lugar, e quão difícil explorá-lo!
6Uriel, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu e disse: Enoque, por que estás alarmado e
maravilhado com este terrível lugar, à vista deste lugar de sofrimento? Isto, disse ele, é a prisão dos
anjos; e aqui eles serão mantidos para sempre.

Capítulo 22

1Dali eu me dirigi para outro lugar, onde vi a oeste uma grande e elevada montanha, uma forte
rocha, e quatro lugares deleitosos.
2Internamente ele era profundo, espaçoso e plano: ele era profundo e escuro à vista.
3Então Rafael, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu e disse: Estes são os lugares
deleitosos onde os espíritos, as almas dos mortos, serão reunidos; para eles ele foi formado e aqui
serão reunidas todas as almas dos filhos dos homens.
4Estes lugares, nos quais habitam, eles ocuparão até o dia do julgamento, e até seu período
escolhido.
5Seu período escolhido será longo, mesmo até o grande julgamento. E vi os espíritos dos filhos dos
homens que estão mortos; e suas vozes rompem o céu, enquanto eles são acusados.
6Então inquiri de Rafael, o anjo que estava comigo, e disse: Que espírito é aquele, a voz do qual
alcança o céu, e acusa?
7Ele respondeu, dizendo: Este é o espírito de Abel o qual foi morto por Caim seu irmão; o qual
acusará aquele irmão, até que sua semente seja destruída da face da terra;
8Até que sua semente desapareça da semente da raça humana.
9 Naquele tempo portanto eu inquiri a respeito dele, e a respeito do julgamento geral, dizendo: Por
que um está separado ou outro? Ele respondeu: Três separações foram feitas entre os espíritos dos
mortos, e assim os espíritos dos justos foram separados,
10Nomeadamente, por uma fenda na terra, por água, e por luz acima dela.
11E da mesma maneira os pecadores são separados quando morrem, e são sepultados na terra;
julgamento não os surpreenderá em seu tempo de vida.
12Aqui suas almas estão separadas. Além disso, abundante é seu sofrimento até o tempo do grande
julgamento, o castigo, e o tormento daqueles que eternamente execraram, cujas almas são munidas
e amarradas lá para sempre.
13E assim tem sido desde o princípio do mundo. Assim, existe uma separação entre as almas
daqueles que proferem reclamações, e daqueles que vigiam pela sua destruição, para sua matança
no dia dos pecadores.
14Um receptáculo deste tipo foi formado para as almas dos injustos, e dos pecadores; daqueles que
cometeram crime, e se associaram aos ímpios, com os quais eles se assemelham. Suas almas não
serão aniquiladas naquele dia de julgamento, nem se levantarão deste lugar. Então eu bendisse a
Deus,
15E falei: Abençoado seja o meu Senhor, o Senhor da glória e da retidão, cujo reino será para
sempre e sempre.
Capítulo 23
1Dali eu fui para outro lugar, em direção ao oeste, até às extremidades da terra,
2Onde vi um fogo resplandecente correndo ao longo sem cessar, com um curso não intermitente,
nem de dia nem de noite; mas sempre o mesmo, continuadamente.
3Eu indaguei,dizendo: O que é isto, que nunca cessa?
4Então Raguel, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu,
5E disse: Este fogo flamejante que tu vês correndo em direção ao oeste é aquele de todas as
luminárias do céu.
Capítulo 24
1Eu fui dali para outro lugar, e vi uma montanha de fogo que resplandece tanto de dia quanto de
noite. Fui em direção a ela e percebi sete esplêndidas montanhas, as quais eram diferentes umas das
outras.
2Suas pedras eram brilhantes e belas; todas eram brilhantes e esplêndidas à vista e formosa era sua
superfície. Três montanhas estavam em direção ao leste, consolidadas e fortalecidas por estarem
colocadas uma sobre a outra; três estavam em direção ao sul, consolidadas de maneira similar. Três
eram igualmente vales profundos, os quais não se acercavam uma da outra. A sétima montanha
estava no meio delas. Em comprimento elas todas se assemelhavam ao assento de um trono, e
árvores odoríferas rodeavam-nas.
3Entre estas havia uma árvore de um odor incessante; nem daquelas que estavam no Éden, havia lá
alguma, de todas as árvores de fragrância, que cheirava como esta. Suas folhas, suas flores, nunca
ficam murchas, e seu fruto era belo.
4Seu fruto assemelhava-se ao cacho da palmeira. Eu exclamei: Vê! Esta árvore é vistosa de aspecto,
agradável em suas folhas, e o aspecto de seus frutos é delicioso à vista. Então Miguel, um dos
santos anjos que estava comigo, e um dos que presidem sobre elas, respondeu,
5E disse: Enoque, por que inquires a respeito do odor desta árvore?
6Por que estás inquisitivo para sabê-lo?
7Então eu, Enoque, respondi-lhe, e disse: Concernente a tudo eu estou desejoso de instrução, mas
particularmente com respeito a esta árvore.
8Ele respondeu-me dizendo: A montanha que tu vês, o prolongamento da qual assemelha-se ao
assento do Senhor, será o assento no qual se assentará o Santo e grande Senhor da glória, o eterno
Rei, quando Ele virá e descerá para visitar a terra com bondade.
9E aquela árvore de agradável aroma, não de um odor carnal; lá ninguém terá poder para toca-la até
o tempo do grande julgamento. Quando todos serão punidos e consumidos para sempre; isto será
conferido sobre os justos e humildes. O fruto da árvore será dado ao eleito. Pois em direção ao
norte, vida será plantada no santo lugar, em direção à habitação do eterno Rei.
10Então eles se regozijarão grandemente e exultarão no Santo. O doce odor entrará em seus ossos; e
eles viverão uma longa vida na terra como seus antepassados; em seus dias não haverá tristeza,
angústia, aborrecimento e nem punição os afligirá.
11E eu abençoei o Senhor da glória, o eterno Rei, porque ele preparou esta árvore para os santos,
formou-a, e declarou que Ele a daria para eles.
Capítulo 25
1Dali eu fui para o meio da terra, e vi um feliz e fértil lugar, o qual continha ramos espalhando-se
continuamente das árvores que estavam plantadas nele. Ali eu vi uma santa montanha, e debaixo
dela a água do lado de traz fluía em direção ao sul. Eu vi no oriente outra montanha tão alta quanto
aquela; e entre elas havia um profundo, mas não largo vale.
2Água corria para a montanha para o ocidente dela; e debaixo dela havia igualmente outra
montanha.
3Lá havia um vale, mas não um vale largo, abaixo; e no meio deles havia outro profundo e seco vale
em direção da extremidade da árvore. Todos esses vales, que eram profundos, mas não oblíquo,
consistia de uma forte rocha, com a árvore que estava plantada nela. E eu maravilhei-me com a
rocha e o vale, ficando extremamente surpreso.
Capítulo 26
1Então eu disse: O que significa esta terra abençoada, e todas estas altas árvores, e o vale
amaldiçoado entre elas?
2Então Uriel, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu: Este vale é o amaldiçoado dos
amaldiçoados para sempre. Aqui serão reunidos todos os que pronunciaram com suas bocas
linguagem imprópria contra Deus, e falaram rudes coisas da Sua glória. Aqui eles serão reunidos.
Aqui será seu território.
3Nos últimos dias um exemplo de julgamento será feito em retidão diante dos santos, enquanto
aqueles que receberam misericórdia, para sempre, todos os dias, abençoarão a Deus, o eterno Deus.
4E no período do julgamento eles abençoarão a Ele por sua misericórdia, como Ele distribuiu-a a
eles. Então eu abençoei a Deus, dirigindo-me a Ele, e fazendo menção, como foi reconhecida, Sua grandiosidade.


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