Prefácio Índice...
Capítulo Um...... Dança
Capítulo Dois..... Louvorzão
..... Os Oráculos de Deus
Capítulo Três...... Coreografia
Capítulo Quatro. Nomes Próprios e Maldição
..... O Fator Etmológico
..... O Fator Bíblico-Teológico
..... ..... Bons Nomes e Maus Comportamentos
..... ..... Maus Nomes e Bons Comportamentos
..... ..... Um Novo e Secreto Nome
Capítulo Cinco.... Oração
..... ..... Por que Tipo de Coisas Devemos Orar
..... ..... Oração em Nome de Jesus
Capítulo Seis.......... Que Deus o Possa lhe Abençoar
..... ..... Ajoelhados e Olhos Fechados?
Prefácio
Ao
escrever este livro, o autor, ciente de
suas limitações, não quer se arvorar como dono da verdade. Nem abrir espaços para polêmica, embora os
temas aqui abordados sejam claramente
polêmicos. Quer, sim, destacar a sua preocupação, que acredita seja a de muitos
outros, com a crescente introdução na
cerimônia religiosa de ações e
procedimentos que não encontram respaldo nas Escrituras.
O
tema não é novo. Escritos da liderança ás igrejas no despertar da Reforma já
registravam a preocupação das autoridades eclesiásticas com a introdução no
culto de formas e alegorias sem nenhuma fundamentação Bíblica.
Se
naqueles tempos havia uma preocupação da liderança, hoje são muitos os lideres
que aprovam e até estimulam práticas cultuais que encantam aos desavisados,
provocam frêmitos de emoção nos carentes de espetáculos teatrais, alimentam aos
sedentos por um lugar no palco, destacam aos ansiosos por espaço frente aos
holofotes e assustam aos zelosos pela observação dos preceitos Bíblicos.
Vivenciamos
uma época em que as correntes religiosas estão perdendo a sua identidade, se
esquecendo dos pais da fé, assimilando o pior umas das outras e se parecendo
cada vez mais com o mundo. O Cristianismo é a única religião que aceita a
introdução de normas e padrões que mudam com o passar dos tempos e passam de
abomináveis a aceitáveis para o viver diário de seus adeptos.
Enquanto isso não ferir o
sagrado, não se pode exigir mais que uma rígida vigilância . Mas é preciso
conhecer as Escrituras para discernir o que
é aceitável e o que fere os preceitos divinos. E o que a Bíblia diz
sobre as mudanças que visualizamos hoje?
CAPÍTULO UM
Dança
Dança na Igreja.
Dança no Culto. Tem base Bíblica?
Quem
defende os Ministérios da Dança e Ministério de Coreografia e outros afins,
deveriam entrar na Internet e observar com muita atenção uma cerimônia judaica.
Ou fazer uma pesquisa sobre o culto na igreja cristã primitiva. Vão descobrir ali não há nenhum
espaço aberto para algo parecido com a “dança” ou coreografia visualizados nas
celebrações hoje. A dança nos tempos primitivos ( e ainda hoje no contexto
judaico) era uma manifestação comum de
alegria, que estava presente na vida das pessoas e se constituía em uma das
formas mais comuns de regozijo. Mas notem o detalhe: “nunca nas cerimônias
sagradas!”
Vejamos
alguns textos que falam de dança:
Miriã, a
profetisa, dançou com pandeiros e levou o povo de Israel ao mesmo. (Êxodo
15:20,21)
Devemos
notar que a dança de Miriã e das outras mulheres reproduz uma prática da época.
Pode-se argumentar, inclusive, que esta era uma prática oriunda do Egito, de
onde haviam acabado de sair. Se tivermos alguma dúvida sobre as origens desta
prática, podemos nos perguntar: De onde as mulheres trouxeram os tambores e adufes?
Os tambores e adufes não foram trazidos de outro lugar a não ser do Egito.
Afinal de contas, não podem ter sido construídos durante os poucos dias desde
que haviam deixado o Egito.
Este
tipo de instrumento fazia parte da cultura religiosa egípcia. O povo de Israel
viveu por mais de 400 anos no Egito, e este período longo foi suficiente para
aprenderem e adquirirem certos costumes entre eles até mesmo costumes pagãos
usados na adoração a ídolos e deuses egípcios. De fato, “em muitos túmulos dos antigos egípcios encontramos representações de
moças dançando em festas particulares ao som de vários instrumentos, de maneira
semelhante às modernas dançarinas”. Carl Engel, Music of the Most Ancient
Nations, págs. 258 e 259 (citado em "Música em Minha Bíblia", pág.
111).
Outro
fator a ser considerado é que cântico de Miriã nada acrescenta ao cântico
litúrgico de Moisés e dos filhos de Israel: "Cantai ao SENHOR, porque gloriosamente triunfou e precipitou no mar o
cavalo e o seu cavaleiro." (15:21). Além disso, a dança praticada por
Miriã e pelas mulheres não foi um ato de
culto e nem foi incorporada no culto do Antigo Testamento.
Depois
do estabelecimento do povo de Israel em Canaã, esta prática durou ainda algumas
centenas de anos. A Bíblia relata que as mulheres cantavam e dançavam por
ocasião de vitórias militares (I Samuel 18:6; 21:11; 29:5; Juízes 11:34).
Podemos argumentar que uma prática cultural popular trazida do Egito e
posteriormente abandonada, sem jamais ter sido incorporada ao serviço de
adoração no templo, seja uma justificativa para o usa da dança nos dias de
hoje? Apenas por coerência já teríamos que responder que não, mas, considerando
o espírito festivo da dança comemorativa das mulheres daquele tempo com a
sensualidade da dança aos pares da atualidade, temos que responder com um
enfático “JAMAIS”!
Como
cremos na sinceridade de muitos que tem esta prática como forma de adoração e
se alegram com isto, (outros o fazem por vaidade e desejos sensuais) nos
alegramos com sua performance em festas promovidas pelo povo de Deus. No
culto? Aí acreditamos ser algo impróprio
e inadequado.
Davi “dançou
diante do Senhor” (II Samuel 6:14-16)
A
pergunta que surge é: Qual era o contexto dessa dança de Davi? Este evento nos
autoriza a utilização desta expressão corporal nos nosso cultos de adoração a
Deus, nos dias atuais?
A
palavra hebraica utilizada neste texto é karar.
Esta palavra quer dizer, literalmente, saltar ou pular. De fato, a Bíblia na
versão Almeida, Revista e Corrigida descreve o evento da seguinte forma: “E Davi saltava com todas as suas forças
diante do Senhor” (verso 14). A partir desta compreensão, podemos entender
que o que Davi estava fazendo não era uma dança exibicionista, sensual (como as
danças atuais), nem mesmo uma dança ritual ou litúrgica (o que, embora
ocorresse entre os povos pagãos cananitas, era completamente desconhecida na
liturgia judaica); ele estava simplesmente saltando de alegria, como uma
criança que acaba de ganhar um presente esperado há muito tempo.
Porém,
antes de continuarmos, devemos levar em conta três pontos: Primeiro, poderia
surgir o argumento de que saltar, ao som de música, é a mesma coisa que dançar.
Em segundo lugar, muitas versões bíblicas traduzem o termo karar neste verso
como “dançou”. E, terceiro, é óbvio que devemos admitir que, embora o contexto
de II Samuel 6:14 sugira outra coisa, “dança” é um significado possível para o
termo karar. Assim, admitimos, para fins de argumentação, que Davi tenha
dançado de alegria, uma manifestação física espontânea, uma expressão de júbilo
diante do Senhor.
Para
compreendermos corretamente esta questão, vamos recapitular toda a história:
Antes
da instituição da monarquia em Israel – com a unção de Saul como rei – quando o
povo de Israel estava sendo atacado pelos filisteus, em vez de buscar qual
seria a vontade do Senhor, eles decidiram, por si mesmos, levar a Arca da
Aliança para a batalha, confiando no objeto como um talismã, em vez de confiar
no Senhor. Os filisteus os derrotaram e tomaram a arca como um troféu de guerra
(I Samuel 4:1-11)
Porém,
os filisteus só tiveram problemas com a Arca da Aliança, porque o Senhor
infligia a eles todo tipo de doenças (I Samuel 5:1-11). Então, eles decidiram
devolver a Arca da Aliança. Colocaram-na sobre uma carroça e duas vacas a levaram,
sem ninguém precisar dirigi-las, para o povo de Israel, no campo de um homem
chamado Josué, na cidade de Bete-Semes. Porém, alguns dos israelitas, por
curiosidade, olharam dentro da arca e morreram diante do Senhor (I Samuel
6:1-20). Por causa disso, o pessoal da cidade pediu que a arca fosse levada
dali. Ela foi levada para a casa de Abinadabe, na cidade de Quiriate-Jearim e
ficou ali por vinte anos (I Samuel 6:21-7:2).
Durante
todo o reinado de Saul, a Arca da Aliança ficou em Quiriate-Jearim. Assim que
Saul morreu, e Davi foi ungido com rei de Israel, a primeira coisa que ele fez
foi conquistar a cidade de Jerusalém, que tornou-se a capital do império (I
Crônicas 11:4-9; II Samuel 5:6-13). A segunda coisa que ele fez foi planejar
trazer a Arca da Aliança para Jerusalém. É neste ponto que ocorreram os eventos
que vamos analisar, para compreender a questão da dança de Davi.
Não
há base bíblica nenhuma para se introduzir danças no culto, tampouco para
chamá-las de ministério, como muitas igrejas estão fazendo. Os
“revolucionários” citam Davi como um praticante da dança no culto a Deus. Mas a
própria Palavra do Senhor depõe contra tal subterfúgio. Quem estuda a Bíblia
sem preconceito, sabe que o próprio Davi, ao organizar o culto na antiga
aliança, juntamente com Asafe, não fez nenhuma menção à dança. Pelo contrário,
ele estabeleceu apenas cantores e músicos (I Crônicas 25).
Ora,
se Deus gosta tanto de dança, por que Davi, um homem segundo o coração de Deus
— que inclusive dançou do lado de fora do templo —, não a incluiu na liturgia?
Se ele e Asafe tivessem estabelecido dançarinos e coreógrafos, tudo ficaria
claro. Não haveria nenhum obstáculo às danças na casa de Deus. Mas quem examina
as Escrituras à luz dos contextos histórico, cultural e literário sabe que a
dança de Davi foi um ato único, pessoal, fora do Templo, isolado, e não
litúrgico, exemplar ou inaugural.
Os
“revolucionários” não querem saber de Bíblia. Apascentam-se a si mesmos e
desviam o povo da verdade. Se eles pudessem, impediriam o povo de estudar as
Escrituras. Como não podem fazer isso, a sua estratégia tem sido induzir as
pessoas ao erro. Empregam, por exemplo, textos isolados dos Salmos como
incentivo a toda prática mundana dentro das igrejas. Mas as duas passagens
preferidas deles, os Salmos 149 e 150, não abonam a dança no culto.
Discute-se
qual é a significação exata do termo original contido nos mencionados Salmos, o
qual pode designar “dança”, “flauta” ou “shofar”. No entanto, deixando essa
divergência de lado, digamos que, em Salmos 149:3 e 150:3, esteja escrito
mesmo, à luz do hebraico: “Louvai ao SENHOR com dança”. Mesmo assim, os tais
versículos não avalizam a dança no culto cristão. Lembremo-nos de que a
mensagem da Bíblia se dirige a três povos: judeus, gentios e cristãos (I
Coríntios 10:32). E nem sempre um texto pode ser considerado “universal”, isto
é, aplicável aos três povos.
É
interessante como os “revolucionários” interpretam a Bíblia segundo os seus
interesses. Se fôssemos aplicar a nós, hoje, o que diz o Salmo 149, na íntegra,
teríamos de louvar a Deus com danças e uma espada na mão (literalmente),
tomando vingança (literalmente) das nações! Alguém dirá: “Que exagero. A espada
e a guerra devem ser aplicadas de maneira figurada”. Então, por que a dança
deve ser aplicada por nós de modo literal?
Os
defensores da dança também se valem de I Coríntios 6:20. Mas veja o que diz a
Palavra de Deus, em seu contexto: “Fugi
da prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se
prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o nosso corpo é o
templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não
sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a
Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (vv.18-20).
O
que é glorificar a Deus no corpo? Significa não pecar contra Deus por meio do
corpo! Somos o templo do Espírito, pertencemos ao Senhor, e nosso corpo nunca
deve ser profanado por qualquer impureza ou mal, proveniente da imoralidade,
nos pensamentos, desejos, atos, imagens, literaturas (II Timóteo 2:22; I João
2:14-17; Salmos 101:3). O texto em apreço, por conseguinte, não é uma “carta
branca” para dançar ou empregar qualquer expressão corporal para glorificar a
Deus.
Sei
que muitos seguidores dessa “onda” vêem os argumentadores que usam a Bíblia
para lhes mostrar estas verdades como “estraga prazeres”. No entanto, reitero
que não há base bíblica para o que chamam hoje de “adoração através da dança”
ou “adoração extravagante”. A despeito de ainda haver igrejas mais moderadas e
reverentes, a dança nunca foi uma forma de louvor a Deus, e sim uma maneira de
se exteriorizar alegria ou agradar uma platéia. Lembra-se da filha de Herodias?
Ela dançou para o público e agradou Herodes.
Segundo
a Bíblia, Deus é exaltado por meio de cânticos, e não mediante danças (Salmos
57:7). O cântico, ao contrário da dança, é atemporal, não restrito a povos e
culturas (Colossenses 3:16; Efésios 5:19). Mas os “revolucionários” pensam que
o evangelho se submete à cultura dos povos. Que engano! Pensam eles,
erroneamente, que o africano tem de tocar tambores na casa de Deus e que o
brasileiro tem de sambar diante do Senhor...
Encontramos
também no Velho Testamento danças por ocasião das celebrações de vitória (Ex.
15:20; Jz 11:34). Duas razões juntas, para a manifestação pela dança . A
primeira, a demonstração da alegria pela vitória alcançada. A Segunda, uma
tremenda zombaria pelo inimigo derrotado. Dançar como expressão de escárnio era
algo que, de fato, ofendia os brios do inimigo. Quanto a isso tem muito a dizer
o Dr. W. O. E. Oesterday em seu elucidativo livro “The Sacred Dance” (1923).
Estas celebrações são encontradas especialmente nos contextos de guerra, tal
como, por exemplo, I Crônicas 13:8; 15:29; e II Samuel 6: 14. De acordo com o
articulista no dicionário teológico de Kithel, a manifestação “mais orgiástica
foi a dança diante da arca, relatada em II Samuel 6:14-16”, também num contexto
de vitória de guerra.
Por
ocasião da festas da colheita haviam manifestações de dança, como registra
Juizes 21:21. Estas manifestações eram sempre de uma dança harmoniosamente
desenvolvida por um grupo, a qual narrava uma história. Eram manifestações
legítimas do folclore. Há que se fazer uma distinção entre a dança como
expressão artística e o requebro sem arte, que tem como intenção carnal, dar
evidência às curvas do corpo e destaque às suas partes eróticas.
Nos
Salmos cúlticos (26:6; 42:4; 149:3; 150:4) aparece a palavra shireh. Estes
contextos nos fazem lembrar as procissões promovida pelo povo, rumo ao templo.
No templo, o culto era o mais impeditivo possível. Os que entravam no átrio
eram somente os sacerdotes, dentre esses somente o sumo-sacerdote adentrava ao
santo dos santos. Do “auditório” não se ouvia nenhum som de louvor. Os
cantores, ministros do canto, entoavam os louvores (estes eram também
sacerdotes). Ao povo em geral não se lhe era dado o direito de pisar o átrio.
Os homens tinham o seu espaço, as mulheres outro mais atrás, os gentios atrás do
muro. (Jesus revela sua indignação no templo, pois, o lugar dos gentios estava
ocupado pelos vendedores. Jesus afirma, então, que aquela casa será chamada
“casa de oração para todos os povos”). Sendo assim, se o povo não participava
da “cerimônia” propriamente, encontraram eles uma maneira de expressão, e esta
foi no “caminhar para o templo. Ajuntando a multidão, engrossando a procissão,
cantavam salmos. Os salmos cúlticos se reportam a isso, e a palavra acima
mencionada é assim traduzida “andarei”, “passava eu com a multidão do povo”,
“com adufes e harpa”, “com adufes e danças”. Somente o Salmo 150:4, em algumas
versões, a palavra shireh e traduzida por dança.
CAPÍTULO DOIS
O LOUVORZÃO
Sessões
intermináveis de cânticos em detrimento da Palavra. Cânticos continuamente renovados,
acompanhando os sucessos exibidos pela mídia.
Não
se trata aqui de combater o momento do louvor. A adoração através do louvor é
um dos momentos mais belos em uma cerimônia cúltica. Em muitas igrejas, porém,
ela assumiu uma liderança tão acentuada que passou a ser o referencial tanto do
cerimonial como em muitos casos, da própria igreja ou ministério. O autor deste
livro foi convidado para ser o preletor
em um congresso de jovens em determinada igreja, onde o louvor estendeu-se por 1 hora e 15 minutos!. E ainda
ficaram para trás muitos jovens decepcionados, com seus play-backs em baixo do
braço... E este não é um caso isolado. A palavra está cada vez mais espremida,
lá no fundo, no finalzinho da programação. Em algumas igrejas até se esquecem muitas
vezes do Pregador.
E
o mais triste e lamentável é que só querem cantar músicas novas, que estão na
mídia. Perguntem a esses líderes de ministérios acostumados aos intermináveis louvorzões quais os cânticos de
um ano atrás. Uma das coisas mais emocionantes para mim ao cantar os cânticos de minha infância era saber que
haviam sido entoados por meus pais, avós, bisavós e através desta prática
estávamos também unidos. Hoje isso torna-se praticamente impossível. Música de
cinco anos atrás já é cântico “do baú”. Um dos hinos do Cantor Cristão, o
número 20: “Amor Perene” foi extraído do “Cantiques Du Messager” um hinário da
reforma que atravessou quatro séculos. Um hino cantado por cristãos queimados
vivos na fogueira, perseguidos no campo e nas cidades e separados dos amados
por amor a fé. Assim como o “Castelo Forte” versão portuguesa do “Ein feste
Burg” de Lutero. Hinos que nos unem a toda gloriosa história do cristianismo. E
os cânticos de hoje?. Vão nos lembrar alguma coisa daqui a dez anos? Ninguém
vai se lembrar deles.
Ainda
bem que ainda lêem a Bíblia. O triste e lamentável é se perdessem esta prática.
Mas esse perigo existe. Já perceberam que a maior parte de jovens crianças e
adolescentes já não leva mais a Bíblia
para a igreja? Se contentam em balbuciar o que aparece no Data Show. Ou em memorizar
os textos e estilo do grupo “Diante do Trono” mais conhecido que sua própria
igreja. Uma sequencia de textos com voz chorosa e beicinho arrebitado.
E
a Palavra? Existe lugar para ela no culto? Ela sempre foi o ponto culminante da
celebração. Mas qual é a sua posição na celebração hoje? A Palavra de Deus deve ocupar o lugar central
do Culto, visto que é através dela que Deus nos fala. Deus se dignou em revelar
a Si mesmo como Palavra e através da Palavra: “No princípio era o Verbo” (Jo 1.1). “No princípio, não era a
música, nem o teatro. Deus identifica seu Filho, que é Deus, com a Palavra.
Isso é tremendamente importante.” “Um
dos objetivos do sermão, sem dúvida, o mais elevado, deve ser a adoração de
Deus e a exaltação do seu nome.”
A
pregação não deve ser rejeitada (1Ts 5.19-21); ela deve ser entendida como a
Palavra de Deus para nós; recusá-la é o mesmo que rejeitar o Espírito (1Ts
4.8). O mundo por sua vez, deseja ansiosamente ouvir, porém, não a Palavra de
Deus (1Jo 4.5). Como há falsos pregadores e falsos mestres, é necessário
“provar” o que está sendo proclamado para ver se o seu conteúdo se coaduna com
a Palavra de Deus (At 17.11,12/1Jo 4.1-6). No entanto, neste período de grandes
e graves transformações, torna-se evidente que os homens, de forma cada vez
mais veemente, querem ouvir mais o reflexo de seus desejos e pensamentos, a
homologação de suas práticas. Assim sendo, a palavra que deveria ser profética,
tende com demasiada freqüência – mesmo assinando o seu obituário –, a se tornar
apenas algo apetecível ao “público alvo”, aos seus valores e devaneios, ou,
então, nós pregadores, somos tentados a usar de nossa “eloqüência” para
compartilhar generalidades da semana, sempre, é claro, com uma alusão bíblica
aqui ou ali, para justificar a nossa “pregação”; o fato é que uma geração
incrédula, é sempre acintosamente crítica para com a palavra profética.
Os Oráculos de
Deus:
À
Igreja foi confiada a Palavra de Deus, a qual ela deve preservar em seus
ensinamentos e prática (Rm 3.2; 1Tm 3.15). Entendemos que “a verdade, porém, só
é preservada no mundo através do ministério da Igreja. Daí, que peso de
responsabilidade repousa sobre os pastores, a quem se tem confiado o encargo de
um tesouro tão inestimável!”. Portanto, “um bom pastor deve estar sempre alerta
para que seu silêncio não propicie a invasão de doutrinas ímpias e danosas, e
ainda propicie aos perversos uma irrefreada oportunidade de difundi-las.” Daí,
a fidelidade inarredável à Palavra que deve ter o ministro: “Quão arriscado é
afastar-se, mesmo que seja um fio de cabelo da doutrina. (...) Em razão da
fragilidade da carne, somos excessivamente inclinados a cair, e o resultado é
que Satanás pela instrumentalidade de seus ministros, pronta e facilmente
destrói o que os mestres piedosos constroem com grande e penoso labor.” Em
outro lugar, comentando Gálatas 5.9, insiste: “Essa cláusula os adverte de quão
danosa é a corrupção da doutrina, para que cuidassem de não negligenciá-la
(como é costumeiro) como se fosse algo de pouco ou nenhum risco. Satanás entra
em ação com astúcia, e obviamente não destrói o evangelho em sua totalidade,
senão que macula sua pureza com opiniões falsas e corruptas. Muitos não levam
em conta a gravidade do mal, e por isso fazem uma resistência menos radical.
(...) Devemos ser muito cautelosos, não permitindo que algo (estranho) seja
adicionado à íntegra doutrina do Evangelho.” Há um texto interessante de
Calvino escrevendo a Cranmer (jul/1552?)
que diz: “A sã doutrina certamente
jamais prevalecerá, até que as igrejas sejam melhor providas de pastores
qualificados que possam desempenhar com seriedade o ofício de pastor.” Por
isso, “É quase impossível exagerar o volume de prejuízo causado pela pregação
hipócrita, cujo único alvo é a ostentação e o espetáculo vazio.”
Como
não tem havido combate à secularização (Romanos 12:1-2), nossos cultos estão
cada vez mais carregados de atrativos para a “galera”. Apesar disso, em I
Coríntios 14:26-40, vemos que o culto a Deus deve ser ordeiro, decente, tendo
como elementos principais: o louvor a Deus (salmo) e a exposição da Palavra (doutrina) .
É
triste ver como as superfluidades, as efemeridades, estão ocupando espaço no
culto coletivo a Deus. Há algum tempo, os jovens passavam a noite em vigília,
orando, estudando a Palavra. Assim acontecia nas décadas de 1980 e 1990. Hoje,
os jovens vão para a “balada”, graças ao incentivo de líderes inescrupulosos,
sem compromisso com a Palavra de Deus, movidos por outros interesses pessoais.
Tais “revolucionários” dizem de boca cheia que são contrários ao legalismo, mas
não se aperceberam de que são mundanos e porta-vozes do mundanismo.
O
site YouTube contém vídeos e mais vídeos que mostram o que tem ocorrido em
igrejas evangélicas lideradas por “revolucionários”. Excesso de louvor (se é
que podemos chamar as cantorias intermináveis e as danças de louvor!), bem como
números teatrais demorados, que para muitos desses “descobridores” têm o mesmo
efeito da Palavra... Que engano! Nada substitui a exposição da sã doutrina!
Caso contrário, o Senhor Jesus não teria dedicado boa parte de seu ministério à
explanação das Escrituras. E Ele é o nosso modelo (I João 2:6; Mateus 11:29), e
não pastores de mega-igrejas, os quais inovam a cada dia, haja vista sua
motivação principal ser a arrecadação de dinheiro (II Coríntios 2:17; I Timóteo
6:9).
CAPÍTULO TRÊS
COREOGRAFIA
A
atenção de quem assiste uma exibição de coreografia é eficazmente desviada para contemplar
movimentos, e não para pensar em Deus ou em Cristo. As moças fantasiam-se, –
exatamente como procedem as dançarinas para atrair olhares, e provocar
impressões sensoriais fortes em quem assiste. Quando dizem que estão imitando a
profetisa Miriam, com coreografias modernas, tais coreógrafos esquecem-se de
que uma profetisa judia nunca vestiria trajes como as atuais fantasias que
circulam nos palcos eclesiásticos dos nossos dias. Pelo efeito que produz, a
coreografia é uma obra de sensualidade. Nada pode ocupar o centro da adoração
cristã senão a Palavra de Deus, por meio do pregador. As danças, os conjuntos,
cantores e corais são terminantemente proibidos de ocupar o lugar central da
Palavra de Deus no verdadeiro culto cristológico. Todas essas pretensiosas
formas de expressões de louvor são individuais e particularizadas, devendo
apenas ser para uso de cada um em ambiente privado, não na igreja. Na igreja o
culto é público, e o louvor sempre é congregacional. O apóstolo Paulo foi
incisivo contra os coríntios com seus individualismos em detrimento da igreja
como corpo. Sempre que houver o
incentivo à manifestações particulares de louvor, a tendência é à segregação,
individualismo, fama, elogios, e exaltação à pessoa que canta ou grupo que se
apresenta. Assim sendo, tais modelos são carnais, (Gl 5:20-21) e devem ser
evitados na igreja de Cristo. Todos esses modelos são seculares, trazidos do
mundo pagão para dentro da igreja, sem nenhuma base bíblica. No céu toda a
igreja cantará em um coral universal; lá não haverá participação especial de A
ou B. Se a igreja de Cristo quer agradar a Deus, então, deverá copiar o modelo
das coisas celestiais, e não das terrenas, (Cl 3:2).
A
mais absurda idéia que podemos ouvir dos defensores da coreografia na igreja é
que ela é uma maneira de louvar a Deus. Usam os textos dos Salmos 150 e o
exemplo de Miriam (“Se ela dança, eu danço!”), e o exemplo de Davi –para
fundamentar uma teologia contraditória, por desconhecerem a verdadeira idéia do
salmo 150 e do exemplo de Miriam.
A
grande contradição da coreografia é que ela precisa da música para louvar. Ora,
como pode um corpo dançante louvar, se louvar é bendizer, e o corpo nada diz?
Uma
segunda abordagem importante é lembrar que aquele ato de Miriam foi um ato
profético extraordinário e inspirado, no qual, ela como profetisa inspirada,
estava profetizando Palavras de Deus que ficaram registradas no cânon das
Escrituras do Antigo Testamento. Portanto ninguém pode querer dançar como
Miriam dançou, porque sua dança foi um mover inspirado do Espírito de Deus no
profetismo do Antigo Testamento, que tinha fins de escrituração da Palavra de
Deus; Miriam não dançou porque quis, e sim porque o Espírito quis. Quando as
pessoas querem imitar Miriam, estão assumindo a postura do falso profeta, pois
não têm credenciais para isto.
Grande
parte do erro da coreografia deve-se à visão errada que as pessoas têm dos
Salmos. A maioria acha que os salmos são mandamentos; e quando lêem o Salmo
150:4, acham que o salmista está ordenando ao povo de Deus a dança como louvor.
Os salmos são poemas musicais compostos pelos israelitas da antiguidade para
serem usados como hinos na adoração. Ao invés de dançarem por causa da
expressão do salmo, eles apenas cantavam o salmo; não há nenhum indício de que
os israelitas dançassem no templo. Na verdade, o Salmo 150:4 não foi dado para
imitar Miriam, mas para cantar a vitória redentiva que ela celebrou. Portanto,
o Salmo 150:4 não é para ser dançado, e sim cantado. Bater tambores e
movimentar o corpo nada diz acerca das grandezas de Deus; portanto, não é à
dança ao que o salmista está se referindo, e sim ao que foi dito por Miriam
quando dançou.
O
culto reluzente e colorido é o culto que não agrada a Deus. No Antigo
Testamento havia muitas figuras, cores, formas e ritos, mas tudo tinha um significado
tipológico. Com a vinda de Cristo, toda expressão profética do antigo culto
cumpriu-se. Agora, somente os aspectos da nova aliança devem interessar à
igreja de Cristo. Nada há Novo Testamento que nos dê a entender que o culto da
Nova Aliança seja recheado de cores, luzes e sons. Ao contrário, a recomendação
apostólica, quanto ao culto cristão, é de simplicidade e humildade. A igreja
neotestamentária que mais deu trabalho ao apóstolo Paulo quanto à humildade do
culto foi Corinto. Loucos por extravagâncias, os coríntios foram duramente
repreendidos pelo apóstolo.
Cristo
morreu nu, desprezado, sem riqueza, e abandonado numa cruz. Por este motivo, o
verdadeiro culto cristão é aquele que melhor representa a humildade do nosso
Senhor. Implementar o culto com tantas paramentas é culto abominável a Deus.
Deus
nunca estabeleceria coreografias para o seu culto porque seria uma contradição
de propósitos. Seria a coreografia para os olhos ou para mente? Até agora nunca
vi nada diferente do que as tais danças proporcionam para quem as assiste, além
de novidades para os olhos. Nada diz ao coração, nem à mente. Ninguém entende
nada que se faz com o corpo. É mero lazer para quem pratica, e confusão para
quem vê. Dessa forma, a coreografia constitui um elemento proibido pela
literatura apostólica. Nela não há mensagem de louvor, palavras de gratidão ou
qualquer coisa parecida. Como poderia algo tão inócuo e irracional fazer parte
do culto racional dos cristãos, (Rm 12:1)?
As
dançarinas produzidas em vestes, cores e arranjos ferem a ordem apostólica dos
trajes modestos que Paulo dá em I Timóteo 2: 9 para o culto cristão. O culto
não é lugar para demonstrações de fantasias de danças femininas. Certamente
isto constitui um pecado grave para com Deus: a profanação do seu santo culto.
O
culto cristão é um momento onde todos os crentes devem estar quebrantados de
espírito, arrependidos de seu mal, perdoado o próximo, e na mais total
dependência de Deus. O sentimento de igualdade e dependência mútua como partes
de um corpo deve permear o ambiente sagrado, fazendo de todos um único
organismo. Quando o culto é recheado de destaques, privilégios, participações
“especiais”, apresentações e representações individuais, (cores, movimentos,
sons, personalidades centralizadas no palco, concorrências, etc.) elementos
chamativos da atenção da congregação para um único indivíduo ou grupo, perde-se
então, a verdadeira natureza de culto a Deus; a adoração é transformada em
relações psico-sociais e antropológicas. Personagens se tornam o foco das
atenções, as mentes são desviadas de Cristo, e o interesse aumentado em direção
aos talentos, cores, sons, gestos e aplausos.
Para
a maioria das pessoas o culto não tem graça quando o único atrativo é Deus.
Haverá sempre muito mais adeptos do falso culto, porque, além de tal culto não
exigir pré-requisitos espirituais, ainda garante um relaxamento e lazer para os
participantes.
CAPÍTULO QUATRO
NOMES PRÓPRIOS E
MALDIÇÃO
Uma
crítica sobre a superstição em torno da onomatomancia
Já
vem de longe a superstição de que o nome pode exercer influência no caráter e
no destino da pessoa, ou seja, do seu portador. É bem conhecida de todos a
expressão proverbial dos romanos que diz: nomen est omen, isto é , “o nome é um
algúrio”.
A
importância que os antigos conferiam aos nomes próprios foi, a princípio, muito
razoável, porém, degenerou-se bem depressa numa idéia supersticiosa.
Persuadidos de que havia um poder misterioso em cada nome e de que os nomes
tinham uma influência direta sobre aqueles que os usavam, começaram a ter um
grande cuidado para escolher alguns cujas significações fossem de feliz sorte”.
A
Igreja Romana, com base nessas superstições, exerceu influência considerável
sobre os fiéis no momento em que estes buscavam um nome para impor aos seus
filhos: “Ela [a igreja católica] empenhou-se sempre, desde os primeiros tempos,
para que seus fiéis tivessem nomes santificados”.
Sobre
esse assunto, assim se expressa R. Bluteau: “No
sacramento do batismo, a imposição do nome é uma espécie de advertência para a
perfeição da vida, à qual os padrinhos devem dispor os afilhados, para que um
dia tenham seus nomes escritos no livro da vida e componham o número daqueles
citados pelo apóstolo Paulo, cujos nomes estão no livro da vida...”
Infelizmente,
essa crendice tem sido amplamente propagada até mesmo no meio evangélico.
Muitos cristãos sinceros, por desconhecerem as doutrinas basilares do
cristianismo e ignorarem seus textos áureos (2Co 5.17; Gl 3.10-13; Ef 1.3), têm
aceitado, passivamente, essa heresia supersticiosa.
Segundo
os apologistas dessa “superstição”, existem nomes próprios que trazem
prognósticos negativos pelo fato de estarem carregados de maldição. Nomes como
Jacó, Mara, Cláudia e Adriana são comumente citados pelos supersticiosos como
sinônimo de mau presságio. Crêem que os mesmos trazem consigo um prognóstico
negativo para o seu portador, por conta da carga de maldição que carregam.
Jacó, justificam, significa “enganador”; Mara, “amarga, amargura”; Cláudia,
“coxa, manca”; e Adriana, “deusa das trevas”.
Essas
declarações iniciais são bastante significativas para conhecermos melhor essa
prática antibíblica, cujas raízes estão nos cultos e crenças do paganismo. É
bem verdade que existem alguns nomes que, por causa de sua conotação ridícula,
devem ser evitados, a fim de que o seu portador não seja exposto a situações
vexatórias, irônicas, depreciativas. Mas evitar um nome por atribuir-lhe um
poder misterioso, que lhe anda anexo, capaz de prever o futuro do seu portador,
é cair no engano da superstição e mergulhar num mar de conceitos antibíblicos.
O fator
etimológico
A
palavra “nome” vem do vocábulo hebraico shem e do grego, onoma. E, segundo o
Dicionário Aurélio, é oriunda do latim nomen, “vocábulo com que se designa
pessoa, animal ou coisa”.
Na
opinião de Cícero, “nome é o sinal característico que faz com que se conheçam
individualmente as coisas”.
Para
Mansur Guérrios, “os antropônimos [nomes próprios de pessoas], quando surgiram,
levavam consigo um significado que, em geral, traduzia qualquer realidade
condizente com os indivíduos, seus portadores”.
Já
Aristóteles, numa abordagem mais filosófica, procurava a verdade das coisas na
propriedade dos nomes. Para ele, o nome possuía a capacidade de traduzir o
caráter da pessoa ou coisa que o traz.
De
acordo com os babilônios, “não ter nome era um sinal de não existir”. De fato,
criam os antigos que “o nome é inextricavelmente vinculado com a pessoa do seu
portador”. Era tal essa crença na antiguidade que tanto “na Mesopotâmia como no
Egito, o conhecimento do nome era tido por sagrado”.
Na
lenda de Ísis, no Egito, vemos o deus Rá, mordido por uma serpente, suplicar à
deusa — Maga — que o cure. Mas a deusa, em primeiro lugar, exige-lhe que
pronuncie o seu nome secreto, o da sua força”. Conforme a crença egípcia,
conhecer o nome de um deus era tê-lo à sua disposição.
O fator
bíblico-teológico
A
Bíblia é radicalmente contra todo e qualquer tipo de adivinhação (Lv 20.27; Dt
18:9-15). E todos os crentes sabem que o ato de prever o destino das pessoas,
por meio de seus nomes, é um tipo de adivinhação conhecida como
“onomatomancia”, cujo significado é: “adivinhação fundada no nome da pessoa”.
Os
nomes bíblicos eram, em sua maioria, impostos ou mudados com o objetivo de
espelhar ou traduzir o caráter ou o atributo do seu portador. Um claro exemplo
dessa assertiva são os chamados “teónimos”, ou seja, os nomes de Deus. Eles
exprimem, de modo singular, um traço do caráter divino. Nomes como: El-Eliom
(Deus Altíssimo); El-Shadai (Deus Todo-Poderoso); Jeová – Jiré (O Senhor
proverá); etc., falam da transcendência, da onipotência e do cuidado
providencial de Deus.
Contudo,
ainda mais incisivos são os nomes chamados “teóforos”, isto é, os que trazem
consigo um elemento divino (Yeshua, “Jeová é salvação”; Eliyahú ou Eliyah,
“Jeová é Deus”; entre outros), pois exprimem confiança filial, gratidão,
respeito para com os atributos da divindade, voto ou bênção.
A
Bíblia não faz alusão a nenhum personagem cujo caráter ou destino tenha sido
alterado por conta da imposição do nome, porque os nomes não eram impostos com
essa finalidade. Deus mudou o nome de Abrão, “pai elevado”, para Abraão, “pai
de uma multidão”, apenas para reafirmar a promessa feita ao patriarca vinte e
quatro anos, aproximadamente, antes dessa mudança (Gn 12.1-3; 17.5).
O
nome de Salomão, que quer dizer “pacífico”, por exemplo, foi escolhido por Deus
antes mesmo de ele ter nascido. Seu nome prenunciava o caráter do seu reino de
paz e prosperidade, assim como prefigurava o reinado messiânico. O nome Ismael,
“Deus ouviu”, foi imposto sob a orientação de Deus para exprimir sua atenção à
aflição de Agar.
O
nome de Isaque, que significa “riso, ele ri”, também foi escolhido pelo próprio
Deus para lembrar o riso de Sara, sua mãe.
Já
o nome Benoni, “filho da minha dor”, traduzia perfeitamente o sofrimento de
Raquel no momento de dar à luz.
Mas
de todos esses, o exemplo mais clássico é o de Jesus (forma grega do nome
Josué, oriunda do hebraico Yeshua, que significa “Jeová é salvação”). Seu nome
foi previamente escolhido por Deus a fim de proclamar a sua graça salvívica a
todo aquele que crê.
Entretanto,
a despeito de todos esses exemplos, o nome bíblico mais convocado para a defesa
daqueles que atribuem poder de maledicência aos nomes é o de Jacó, por isso
dedicaremos a esse nome uma consideração especial.
Considerações
sobre o significado de alguns nomes bíblicos
Jacó
Jacó
recebeu esse nome por conta das circunstâncias do seu nascimento. Logo após o
nascimento de Esaú, Jacó aparece segurado ao seu calcanhar, razão pela qual
seus pais lhe chamaram Jacó, do hebraico Yaakov (preso à raiz akêb:
“calcanhar”), cujo significado é: “o que segura o calcanhar”. Mas, então, de
onde nos veio o significado “enganador”, tão comumente conferido ao nome Jacó?
Veio
da ira, da mágoa e da revolta de Esaú, seu irmão que, ao ver-se privado das
bênçãos da primogenitura, disse: “Não é o seu nome justamente Jacó, tanto que
já duas vezes me enganou?” (Gn 27.36).
Nessa
expressão de Esaú, o nome Jacó está preso à raiz akob, com o sentido de
“enganar”, passando a significar “enganador”. Mas essa etimologia é
extremamente suspeita, pois está relacionada à expressão de alguém que ficou
irado até a morte (Gn 27.41). Além disso, a acusação de Esaú, ao qualificar seu
irmão como enganador, também não é totalmente apropriada, e dependendo do
prisma em que se analisa a contenda familiar, pode até mesmo se constituir em
uma inversão de papéis. Esaú estava reclamando pelo direito à primogenitura que
ele próprio havia vendido para Jacó. Logo, não foi enganado. Ao contrário,
vendeu seu direito para Jacó de livre e espontânea vontade (Cf. Hb 12.16,17).
Por
outro lado, dizer que Jacó enganava Labão, seu sogro, enquanto trabalhava para
ele, e justificar, com isso, sua prosperidade, é excluir o agir de Deus em todo
aquele acontecimento (Gn 30.27-43; 31.9-16). Sua prosperidade foi fruto da
bênção de Deus que, milagrosamente, interveio na sua causa, porque, muito antes
de seu nome ser mudado, a bênção divina já repousava sobre Jacó (Gn 25.19-23;
28.10-15; 27.26-29; 28.1-4).
Um
outro equívoco bastante difundido é o de que a bênção de Deus na vida de Jacó
surgiu a partir do seu encontro com o anjo do Senhor em Peniel, onde teve o seu
nome mudado para Israel. Em verdade, naquele encontro Jacó colheu três
significativos resultados. Vejamos:
•
Uma deficiência física (Gn 32.25,31).
•
A mudança do seu nome de Jacó para Israel, que significa: “campeão com Deus, o
que luta ou prevalece com Deus” (Gn 32.28).
•
Recebeu a bênção que havia pedido (Gn 32.9-12,29).
Mas
em que consistia a bênção que Jacó recebeu?
Em
primeiro lugar, tanto as bênçãos espirituais quanto as financeiras Jacó já as
havia recebido conforme Deus lhe havia prometido (Gn 27.27-29; 28.1-4,10-14;
30.27-43; 32.9,10; 33.11). Em segundo lugar, Jacó não recebeu a cura física,
pois, mesmo depois da mudança do seu nome e de ter recebido a referida bênção,
ele continuou manquejando de uma coxa (Gn 32.25,31). Posto isso, resta-nos
apenas a última alternativa para ser analisada.
Pois
bem. Esaú, logo após Jacó ter tomado a sua bênção, disse: “Vêm próximos os dias
de luto por meu pai; então matarei a Jacó, meu irmão” (Gn 27.41). A continuação
da narrativa bíblica deixa claro que essa promessa deixou Jacó receoso de tal
maneira que, quando soube que Esaú vinha ao seu encontro, “teve medo e se
perturbou” (Gn 32.6-11).
Consideremos
que Jacó, no seu temor e perturbação, ora ao Senhor Deus, pedindo-lhe
livramento da morte pelas mãos de seu irmão, Esaú. E, na primeira oportunidade
que teve, de estar frente a frente com Deus, reiterou o seu pedido que,
felizmente, foi alcançado (Gn 32.26,29). Após esse acontecimento, recobrou o
ânimo e foi ao encontro Esaú (Gn 33.1-3), que o recebeu em paz (Gn 33.4-11).
O
que podemos julgar de tudo isso?
Que
a bênção que Jacó recebeu em Peniel tinha a ver apenas com aquilo que ele mais
ansiava: não morrer pelas mãos de Esaú, seu irmão, a quem tanto temia.
O
fato de o patriarca se chamar Jacó ou Israel não causou nenhuma alteração em
sua vida. A aliança de Deus com Jacó não estava condicionada a uma mudança de
nome, antes, estava condicionada, única e exclusivamente, à inefável graça
divina.
Logo,
dizer que o nome Jacó pode trazer influências negativas à pessoa do seu
portador é fechar os olhos para todas essas verdades espirituais, fundamentadas
em provas irrefragáveis, e mergulhar no mais profundo abismo da superstição.
Mara
Por
seu turno, o significado do nome Mara, diante de tudo o que é dito pelos
onomatomantes, não passa de mera especulação. Em primeiro lugar, o nome Mara é
aplicado a uma fonte de águas amargas no deserto de Sur. Depois, a uma pessoa.
Então, perguntamos: “Por que razão o nome Mara seria aplicado a alguma fonte?
Para que as suas águas se tornassem amargas ou por que elas já eram amargas?”.
O texto bíblico responde: “Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das
águas de Mara, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara” (Êx
15.23). Essa explicação, por si só, dispensa comentários.
Como
nome de pessoa, a única Mara encontrada na Bíblia é a que aparece no texto do
livro de Rute. Na verdade, ela não recebeu esse nome de seus pais. Ao
contrário, o impôs a si mesma, pelo fato de não entender o plano de Deus para a
sua vida e por não conhecer o caráter bondoso e gracioso de Deus, a quem ela
atribuiu toda a causa de seu infortúnio.
Disse
Mara aos belemitas que, indagando, diziam: “Não é esta Noemi?”. Ao que ela
respondeu: “Não me chameis Noemi; chamai-me Mara; porque grande amargura me tem
dado o Todo-Poderoso. Cheia parti, porém vazia o Senhor me fez tornar; por que,
pois, me chameis Noemi?...” (Rt 1.19-21).
“Bons”
nomes e maus comportamentos
Joel,
Abias e Zedequias
Os
filhos do profeta Samuel chamavam-se Joel (“Jeová é Deus”) e Abias (“Jeová é
Pai”). No entanto, não andaram nos caminhos de seu pai e se inclinaram à
avareza, aceitaram suborno e perverteram o direito (1Sm 8.1-3).
O
nome Zedequias significa: “Jeová é justo ou justiça de Jeová”. Mas, embora
possua bons significados, encontramos na Bíblia um personagem com esse nome que
era falso profeta. E o pior. Ele se uniu aos profetas de Baal e esbofeteou o
profeta Micaías, homem de Deus, praticando a maior injustiça. E outro profeta
chamado Zedequias era imoral e mentiroso (1Rs 22.11,12,24,25; Jr 29.21-23).
Absalão,
Judas, Alexandre e Tobias
Absalão
significa: “Pai da paz”. Todavia, mandou assassinar Amnom, seu irmão (2Sm
13.32). Traiu seu próprio pai, promovendo rebelião, guerra e destruição em
Israel. Mas acabou morrendo tragicamente, com o pescoço pendurado no galho de
uma árvore (2Sm 15 a 18).
O
significado do nome Judas Iscariotes é: “louvor, louvado”, mas nem por isso
Judas deixou de trair Jesus.
Quanto
ao personagem Alexandre, cujo nome quer dizer: “defensor ou protetor dos
homens”, Paulo diz o seguinte: “Causou-me muitos males” (2Tm 4.14). E
referindo-se a outro personagem com o mesmo nome, o apóstolo afirma, em
1Timóteo 1.20: “Entre esses encontram-se Himeneu e Alexandre, os quais
entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar”.
O
nome Tobias significa: “Jeová é bom”. Mas, no Antigo Testamento, esse
personagem foi opositor de Esdras e Neemias (Ne 2.10,19). Jeroboão, cujo nome
significa: “o que aumenta o povo”, dividiu a nação, mergulhando-a na idolatria
e conduzindo-a à destruição (1Rs 13.33).
Se
por um lado esses personagens, com nomes de significados tão aprazíveis, não
viveram de acordo com aquilo que os seus nomes representavam, por outro lado
temos pessoas que, apesar de possuírem nomes com significados negativos,
viveram de um modo digno da Palavra de Deus.
“Maus”
nomes e bons comportamentos
Paulo,
Apolo e companheiros
Paulo,
por exemplo, significa “pequeno”. Não obstante, foi o maior dos apóstolos, um
baluarte da fé, e o maior expoente do pensamento cristão. Foi ele quem lançou as
bases doutrinárias da Igreja, difundiu o evangelho em quase todo o mundo
conhecido de sua época.
Apolo,
apesar de o seu nome ser de um deus da mitologia grega, e significar
“destruidor”, foi “poderoso nas Escrituras”, ganhador e edificador de almas, e tido
como um grande homem de Deus, ao lado de Paulo e Pedro (At 18.24-26; 1Co 1.12;
3.4-6,22; 4.6).
Entre
os companheiros de Paulo, por exemplo, temos:
Hermes
- Nome de um deus mitológico. Hermas, nome derivado de Hermes, o intérprete dos
deuses do panteão grego.
Herodião
- Nome derivado de Herodes que, do siríaco, significa: “dragão em fogo”.
Ninfa
- Não obstante possuir o nome de uma deusa da mitologia grega, tinha uma igreja
em sua própria casa.
Narciso
- Nome de um deus mitológico amante de sua própria beleza.
Nereu
- Nome do deus marinho, esposo da deusa Dóris (ninfa marinha e mãe das
cinqüenta nereidas).
Febe
- Um epíteto de Artemisa, a Diana dos efésios e deusa da Lua.
Epafrodito
- Nome derivado de Afrodite, deusa da fertilidade.
Zenas
- Derivado de Zeus, o deus supremo do panteão grego.
Todos
esses personagens, não obstante seus nomes estarem diretamente ligados aos
deuses pagãos, foram homens e mulheres abençoados por Deus. Viveram uma vida
pia, santa e justa na presença do Senhor, pois não sofreram as influências
negativas das divindades às quais seus nomes estavam ligados. Textos bíblicos
que devem ser conferidos: Romanos 16.1; 16.11; 16.14,15; Filipenses 2.25-30;
Colossenses 4.15; e Tito 3.13.
Temos,
ainda, por exemplo, os quatro jovens hebreus: Daniel, Hananias, Misael e
Azarias, que viveram numa corte pagã e tiveram seus nomes mudados por outros
ligados às divindades babilônicas. Todavia, não deixaram de ser fiéis ao seu
Deus. Pelo contrário, andaram de tal maneira na presença do Senhor que fez que
o monarca da Babilônia baixasse um decreto em que todos deviam temer e tremer
diante do Deus de Israel (Dn 1.7-21; 2.46-49; 3.1-30; 6.25-28).
Daniel
e companheiros
Nome
bíblico e o seu significado
Daniel
- Deus é meu juiz
Hananias
- Jeová é gracioso
Misael
- Quem é o que Deus é?
Azarias
- Jeová é auxílio, socorro
Nome
pagão e o seu significado
Beltessazar
- Bel protege o rei
Sadraque
- Amigo do rei
Mesaque
- Quem é como Aku (o deus da Lua)
Abednego
- Servo de Nego ou Nebo
Um novo e secreto
nome
Acreditamos
que os depoimentos aqui apresentados são provas incontestáveis de que os nomes
em nada podem contribuir com a pessoa do seu portador no sentido de lhe trazer
boa ou má sorte, bênção ou maldição. Pois, independente dos nomes, qualquer
pessoa que estiver vivendo distante da comunhão com Deus estará debaixo de
maldição e, ao contrário disso, todo aquele que estiver em Cristo Jesus, mesmo
que o significado do seu nome seja “destruição ou maldição”, estará debaixo da
bênção, porque a bênção não vem pelo nome que a pessoa possui, mas por meio de
Cristo e da sua Palavra (2Co 5.17; Rm 8.1; Ef 1.3; Jo 15.1-5,7).
Finalmente,
para coroar nosso raciocínio, evocamos do livro do Apocalipse uma passagem que
nos assegura que, seja qual for o nome que venhamos a ter nesta vida, na
eternidade receberemos um novo nome, compatível com a nova vida que estaremos
vivendo no céu, junto do nosso amado Deus, Senhor e Salvador Jesus Cristo: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz
às igrejas. Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e lhe darei uma
pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão
aquele que o recebe” (Ap 2.17).
CAPÍTULO CINCO
A ORAÇÃO
Não
podemos ter acesso à oração poderosa usando "fórmulas mágicas".
Receber uma resposta de Deus não depende da eloquência de nossas orações. Não
temos que usar certas palavras ou frases para obtermos uma resposta de Deus. Na
verdade, Jesus repreende aqueles que oram com repetições: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque
presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a
eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho
peçais” (Mateus 6:7-8). Orar é comunicar-se com Deus. Tudo que você precisa
fazer é pedir a Deus por ajuda. Salmo 107:28-30 nos relembra: “Então, na sua angústia, clamaram ao SENHOR,
e ele os livrou das suas tribulações. Fez cessar a tormenta, e as ondas se
acalmaram. Então, se alegraram com a bonança; e, assim, os levou ao desejado
porto”.
Muitas
correntes teológicas dão muito crédito à
oração, como algo místico, sem entender que o poder está é em Deus e não na
prece. E que “ela pode muito em seus efeitos” quando é proferida por um justo.
Tem um cântico muito conhecido por aí que diz: “Deus não rejeita a oração...”
Seria assim mesmo? Indiferentemente de quem a profere? O que diz a Bíblia? : “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a
lei, até a sua oração será abominável.” Provérbios 28.9 NVI. Numa versão antiga, diz que
até a oração do injusto será abominação ao Senhor.
Analisemos
algumas declarações proféticas de Deus no Velho Testamento; “Quando estendeis as vossas mãos, escondo de
vós os meus olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço,
porque as vossas mãos estão cheias de sangue” (Is. 1:15). E continuando, o
profeta Isaías diz: “Lavai-vos,
purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai
de fazer o mal, aprendei a fazer o bem, praticai o que é reto, ajudai o
oprimido, fazei justiça ao órfão, tratai da causa das viúvas; vinde então e
argüi-me, diz o Senhor ” (Is. 1:16-18). Por
este texto de Isaías, só os justos têm acesso a Deus, o Deus do velho
concerto. Davi afirmou isso, dizendo: “Se
eu atender a iniqüidade no meu coração, O Senhor não me ouvirá” (Sl.
66:18). E Davi, o amado de Deus, quando cometeu um abominável adultério, (pois
enquanto o seu amigo Urias, o heteu, um dos trinta e sete valente seus, estava
ocupado com as coisas do reino, seduziu Bate Seba, sua esposa) não foi ouvido pelo
Senhor (II Sm. 12:9-19), Deus declarou o seguinte pela boca de Salomão: “Convertei-vos pela minha repreensão, eis
que abundantemente derramarei sobre vós o meu espírito e vos farei saber as
minhas palavras. Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a minha
mão, e não houve quem desse atenção; antes rejeitastes todo o meu conselho, e
não quisestes a minha repreensão, também eu me rirei da vossa perdição, e
zombarei, vindo o vosso temor. Vindo como assolação o vosso temor, e vindo a
vossa perdição como tormenta, sobrevindo-vos aperto e angústia, ENTÃO A MIM
CLAMARÃO, MAS EU NÃO RESPONDEREI; DE MADRUGADA ME BUSCARÃO, E NÃO ME ACHARÃO”
(Pv. 1:23-28). O Rei Saul caiu em desgraça por desobediência ao Senhor, e não
foi ouvido na hora da necessidade. “E vendo Saul o arraial dos filisteus,
temeu, e estremeceu muito o seu coração. E perguntou Saul a Deus, porém o
Senhor não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas” (I
Sm. 28:5-6). Depois de quatrocentos e cinqüenta anos, a partir do rei Saul, no
ano seiscentos antes de Jesus Cristo, o reino dos judeus estava corrompido, e
Jeremias era um dos profetas. Leiamos o
que Deus declarou pela sua boca: “Tu pois
não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem me
importunes, porque eu não ouvirei” (Jr. 7:16). Mas Jeremias era homem de
oração, e perseverava dia e noite intercedendo pelo seu povo. Então Deus lhe
diz: “Uma conjuração se achou entre os
homens de Judá, entre os habitantes de Jerusalém. Tornaram as maldades de seus
primeiros pais, que não quiseram ouvir as minhas palavras, e eles andaram após
deuses estranhos para os servir; a casa de Israel e a casa de Judá quebrantaram
o meu concerto, que tinha feito com seus pais. Portanto assim diz o Senhor: “eis
que trarei mal sobre eles, de que não poderão escapar, E CLAMARÃO A MIM E EU
NÃO OS OUVIREI” (Jr. 11:9-11). Então Deus repreende Jeremias pela segunda
vez, dizendo: “tu, pois, não ores por
este povo, nem levantes clamor nem oração; porque não os ouvirei no tempo em
que eles clamarem a mim, por causa do seu mal” (Jr. 11:14).
O estranho na justiça de Deus, é
que o bem é reversível, mas o mal é irreversível. “Se ela fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos a minha
voz, ENTÃO EU ME ARREPENDEREI DO BEM QUE TINHA DITO LHES FARIA. Fala agora aos
homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, dizendo: Assim diz o Senhor: Eis que estou forjando
mal contra vós, e projeto um plano contra vós (Jr. 18:10-11). Quando Deus prescreve
as maldições da lei, afirmou que as mandaria até destruir totalmente os
transgressores (Dt. 28:20-28, 45, 48, 61, 63). No verso 63 (sessenta e três) O
Senhor confessa que se deleita em destruir. Como a oração dos ímpios e
transgressores é abominação para Deus, ele proíbe o justo de interceder pelos
maus (Jr. 14:11). O furor do Senhor só se aplaca despedaçando uns contra os
outros; os pais com os filhos (Jr. 13:14).
O
poder da oração não é o resultado da oração de uma pessoa. Pelo contrário, o
poder reside em Deus, a quem estamos
orando.1 João 5:14-15 nos diz: “E esta é
a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua
vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe
pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito”. Não
importa quem está orando, o fervor por trás da oração ou a finalidade da oração
- Deus responde às orações que estão de acordo com a Sua vontade. Suas
respostas não são sempre sim, mas são sempre o melhor para nós. Quando os
nossos desejos se alinham com a Sua vontade, chegaremos a compreender isso com
o tempo. Quando oramos fervorosamente e propositadamente, de acordo com a
vontade de Deus, Deus responde poderosamente!
Por
que tipo de coisas devemos orar?
A
ajuda de Deus através do poder da oração está disponível para todos os tipos de
pedidos e problemas. Filipenses 4:6-7 nos diz: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas,
diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de
graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso
coração e a vossa mente em Cristo Jesus”. Se você precisar de um exemplo de
oração, leia Mateus 6:9-13. Esses versículos são conhecidos como a oração do
Pai Nosso. O Pai Nosso não é uma oração que devemos memorizar e simplesmente
recitar a Deus. É apenas um exemplo de como orar e as coisas que devem fazer
parte de uma oração - louvor, confiança em Deus, pedidos, confissão, proteção,
etc. Ore por esses tipos de coisas, mas fale com Deus usando suas próprias
palavras.
A
Palavra de Deus é cheia de narrativas que descrevem o poder da oração em várias
situações. O poder da oração venceu inimigos (Salmo 6:9-10), venceu a morte (2
Reis 4:3-36), trouxe a cura (Tiago 5:14-15) e derrotou demônios (Marcos 9:29).
Deus, através da oração, abre os olhos, transforma corações, cura as feridas e
dá sabedoria (Tiago 1:5). O poder da oração nunca deve ser subestimado porque
ela se sustenta da glória e poder do Deus do universo infinitamente poderoso!
Daniel 4:35 proclama: “Todos os moradores
da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com
o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão,
nem lhe dizer: Que fazes?”
Pergunta:
"O que significa orar em nome de Jesus?"
Resposta:
Orar em nome de Jesus é ensinado em João 14:13-14: “E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja
glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.”
Alguns erroneamente aplicam este verso acreditando que ao dizer “Em nome de
Jesus” ao final de uma oração resulta em Deus sempre atendendo no que é pedido.
Isto seria o mesmo que tratar as palavras “em nome de Jesus” como uma fórmula
mágica, o que é totalmente não-bíblico!
Orar
em nome de Jesus significa orar com Sua autoridade e pedir a Deus o Pai para
agir em nossas orações porque viemos no nome de Seu Filho, Jesus. Orar em nome
de Jesus significa a mesma coisa que orar segundo a vontade de Deus: “E esta é a confiança que temos nele, que,
se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos
que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe
fizemos” (I João 5:14-15). Orar em nome de Jesus é orar por coisas que
honram e glorificam a Jesus.
CAPÍTULO CINCO
Usar a expressão:
“Que Deus o possa lhe abençoar”
O uso do futuro do subjuntivo sugere a limitação do poder de Deus. O poder
de Deus passa a ser uma coisa hipotética . “Que Deus possa” é no mínimo uma falta de respeito. Ou de desconhecimento
do imensurável poder do Criador. Aliás,
usa-se muito o futuro do subjuntivo hoje. Ficou “chique”. Acreditamos que
muitos passaram a utilizar expressões
como esta desconhecendo o seu verdadeiro significado. Mas seria muito bom se os
nossos líderes atentassem para isto e passassem a esclarecer seus liderados a respeito.
Usar na terminação das orações a expressão “Oramos em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo”.
É
uma terminação de oração até bonita. Que tem sido utilizada de forma acentuada
em muitas igrejas. Mas fica uma pergunta: Alguém viria a você fazer um pedido
em seu próprio nome? Convenhamos que seria uma incoerência. Então, como
poderíamos explicar uma oração ao Pai, em nome do próprio Pai? Como já foi
explicado aqui, a oração deve ser “Em nome de Jesus”. Ele, como nosso advogado,
vai interceder ao Pai por nós.
Usar ao ler um
Salmo a expressão “Salmos número tal”.
Muita gente pensa que o livro de Salmos tem 150
capítulos. Ledo engano. O livro de Salmos tem 150 Salmos. Cada um deles é como
se fosse um livro inteiro, é um texto completo. Então, para ler um Salmo
deve-se sempre usar o singular.
A oração só é
ouvida quando estamos ajoelhados? De olhos fechados?
Sobre a maneira que devemos orar, não há na Bíblia um só texto que
indique ser "de joelhos" a única maneira correta, mesmo sendo esta a
forma padrão. Para Deus não importa a posição que oramos e sim que tenhamos
comunhão com Ele. De uma maneira ou outra, nossa oração é ouvida por Deus. Por
exemplo, quando caminhamos pela rua, no momento em que estamos trabalhando...
Nossa vida deve ser uma constante oração e nem sempre estaremos em locais
apropriados para orar ajoelhados. Quando Jesus ensinou os discípulos a orarem
(Mateus 6:5-15), não fez a mínima referência de que devêssemos orar apenas
ajoelhados. Se este fosse um assunto vital, será que Ele não teria mencionado?
Vemos nas Escrituras diversos exemplos de pessoas que “não oraram de joelhos” e
mesmo assim foram atendidas pelo Eterno. Eis alguns deles: Jonas (Jonas 2:1-10)
- Ele orou de dentro da barriga do peixe; certamente ele não pôde ajoelhar-se
nesta situação... mesmo assim Deus o ouviu. Neemias (Neemias 2:4). No momento
em que estava perante o rei Artaxerxes, elevou uma oração a Deus; não estava
ajoelhado. Ezequias (Isaías 38:1-5). Mesmo estando "deitado", Deus
ouviu sua oração. O ladrão na Cruz (Lucas 23:42). Ali ele estava rogando a
Jesus. O Senhor o ouviu e ainda prometeu levá-lo para Seu reino futuramente. O
publicano é apresentado na parábola como orando "em pé" (Lucas
18:13). Se orar ajoelhado fosse uma regra, Cristo teria contado a parábola de
modo a apresentar o personagem nessa posição. Mesmo orando 'em pé', o publicano
"desceu justificado". O Senhor Jesus Cristo em certas ocasiões orou
de outras maneiras, e não ajoelhado: na ressurreição de Lázaro (João 11:38-43),
na cruz (Lucas 23:33-34), entre outros textos.
Quanto ao hábito de fechar os olhos, temos que observar que é uma
prática ocidental. Possivelmente adotada por missionários norte americanos para
manter os povos evangelizados centrados
no ato de orar, impedidos pela prática de serem desviados pelo ambiente
que os cercava. O fechar os olhos
não era praticado nos tempos bíblicos.
Mas é salutar para que os olhos não nos desviem da importância e profundidade
deste momento. Se mantivermos os olhos abertos em alguma oração, vamos observar
nos dias de hoje que as novas gerações não
estão praticando este hábito. Principalmente as crianças, que não estão mais sob a autoridade dos pais e
ignoram a importância do momento. Também, neste particular, a igreja está
mudando. E não é por uma questão cultural como acontece nas nações da Ásia e do
Oriente Médio. Porque seria? Não é difícil se chegar a uma conclusão...