Uma pergunta, também, muito comum, nesta área de conversa, é sobre quem vai para o inferno, e por que. Aí, sem dúvida, reside um outro grande momento para se conhecer a gravidade que nos rodeia, a todos.
É muito divulgada a sugestão de que o inferno é para pessoas ruins, más, perversas. Isto é uma inverdade, a princípio. Mas, podemos, também responder, dizendo que é sim e não, ao mesmo tempo.
Para os nossos olhos, com certeza, muita gente boa vai passar a eternidade no inferno, e muita gente má, como o ladrão da cruz que se converteu, irá habitar a eternidade do céu. Partindo do pressuposto, que existe muito mais gente boa que ruim, se não o mundo seria um caos, podemos afirmar que o inferno vai ser habitando, muito mais por bondades, que por maldades. Por isto é verdadeira a afirmativa que diz: “de boa intenção o inferno está cheio”.
A Teologia e o Direito me deram uma visão magnífica sobre esta situação. Por um lado a Teologia mostra um Deus, Todo Poderoso, que na Sua infinita Santidade, mesmo que não quisesse, olha todos os homens no mesmo nível: pequenos e pecadores. Decididamente condenáveis, sem nenhuma esperança, em si mesmos, de chagarem a merecer a salvação no céu (Gálatas 3:22, Romanos 11:32, 3:23, 10-12)
Do outro lado o Direito mostra a mesma coisa, de outro ângulo. Acredita que todos os homens são do mesmo nível, bons, interessados no bem, que só cometem delitos contra a sociedade, quando são motivados por circunstâncias influenciadoras que vão desde o ambiente onde nasceram, até as amizades que tiveram. O homem merece o céu, nada nele é indigno. Todos os homens, sem exceção são bons em si mesmos. Acontecem duas cousas interessantes aqui: (1)trata-se de homens olhando homens, vendo-os como iguais, e não poderia ser diferente; e (2)o céu não de propriedade dos juristas e legisladores, mas de Deus que nos conhece muito bem a todos, em particular.
Quando a Bíblia fala em “perversos”, “iníquos”, “ímpios”, “pecadores”, “blasfemos”, “malditos”, e outros termos, não está indicando pessoas más, porém indica pessoas fora do contexto do Senhor. Trata-se daqueles que, em suas vidas, preferiram amar a luz, Jesus Cristo, porém preferiram amar muito mais as trevas, o pecado, a desobediência, muito das coisas que desagradam ao Senhor – João 3:19.
Assim é que a Bíblia, que é a Palavra de Deus, é drástica sobre o número de pessoas que vão para o inferno. Abertamente ela afirma que todo o mundo vai para o inferno, pois todos são indignos do céu. Depois ela menciona uma porta, feita por Deus, para se chegar ao céu, então é diz que poucos passam por esta porta, demonstrando, em segunda Instância, que bilhões e bilhões de pessoas inda continuam condenadas.
Esta afirmativa bíblica pode ser notada não somente na sua preocupação em mencionar e explicar muito mais sobre o inferno, em relação ao céu, mas também em textos considerados básicos para este fim.
Mateus 13:14 – “estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida (no céu eterno), e poucos são os que a encontram”. Há uma unanimidade entre os estudiosos mais conhecedores do grego do Novo Testamento, que este “poucos” aí mencionado, está querendo dizer de um número muito menor do que aquele que possamos imaginar no melhor pessimismo. “Muito pouquíssimos” são aqueles que entram por esta porta, ilustrada neste texto.
Apocalipse 20:8 – “Satanás sairá a enganar as multidões que estão nos quatro cantos da terra, cujo número é como a areia do mar...”. É claro que o livro do Apocalipse nunca pode ser tomando como livro de fundamento doutrinário, principalmente pela simbologia exagerada que o estilo literário dele, exige do escritor, mas podemos observar, por trás desta característica marcante de todo livro apocalíptico, a presença de uma imensidão de algarismos, no número daqueles que herdarão a eternidade no inferno. “Como a areia do mar”, não um punhado desta areia, mas toda areia existente nos mares. É gente que nem se pode imaginar. Ao contrário do versículo anterior, aqui é moito mais gente do que nosso melhor otimismo possa imaginar.
Há um texto bíblico que faz este número ficar ainda maior. 1Tessalonicenses 1:7-9 “do céu se manifestará o Senhor Jesus com os anjos do seu poder em chama de fogo, condenando os que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus; a sofrerem, por castigo, a perdição eterna, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder”.
“Os que não conhecem a Deus”. O sentido aqui não somente daqueles que nunca ouviram falar de Deus; nem também, daqueles que ouviram mas não o conhecem como a Bíblia ensina; nem também, daqueles que conhecem conforme a Bíblia, mas não conforme o Evangelho e suas consciências. Aqui se incluem aqueles impossibilitados de conhecê-Lo como os loucos em todos os sentidos, os caducos e as crianças.
Há muitos que não concordam com a inclusão de crianças nesta lista. Dizem que Jesus não faz isto, quando afirmou que “das tais é o reino dos céus” (Mateus 19:14). Mas, mesmo respeitando o entendimentos destas pessoas, fazemos questão de menciona-las, por dois motivos: (1)cremos que elas estão incluídas, quando a Bíblia diz que o ser humano está “alienado” de Deus desde o ventre da mãe (Salmo 58:3, Romanos 5:12); (2)e partimos, neste livro, da idéia de que devemos estar preparados para o pior, torcendo que o melhor ocorra.
Outros afirmam que não somente as crianças, mas os loucos e todos aqueles que nunca ouviram, não serão condenados até que o Senhor saiba que rejeitariam a vida para Jesus, se por acaso tivessem a oportunidade de escolha. Da mesma forma, respeitamos esta idéias, e do mesmo jeito, insistirmos em incluir a todos estes na lista, não por querer vê-los no inferno, mas pelos mesmos dois motivos anteriores: (1)a Bíblia dá idéia contrária a eles, quando afirma as palavras de Jesus em João 14:6, “ninguém vem ao Pai, se não for pela fé e rendição a mim”, o que nos leva a obedecer, com urgência o “ide logo por todo mundo, e pregue o Evangelho a toda criatura”, Mateus 28:19; (2)estamos querendo nesta oportunidade, nos preparar para o pior, e não há nada pior que isto que cremos, para acontecer.
“Os que não obedecem ao Evangelho”. Não inclui aí a obediência à Lei, ou aos Mandamentos, mesmo porque já fazem parte de um processo importante anterior à Graça; por isso já foram abolidos por Jesus na cruz, quando foram cumpridos nEle próprio (Efésios 2:14-15, Mateus 5:18); e ainda mais, a Bíblia diz que a Lei e os Mandamentos nos serviram somente para dois objetivos: (1)nos conscientizar de que somos merecedores de toda condenação – Romanos 3:20, e (2)para nos conduzir à Graça em Jesus Cristo – Gálatas 3:20-26
Também não inclui, neste momento do versículo o praticar “boas obras” de qualquer espécie, ou o “obedecer a Deus” no sentido de não praticar pecados. Isso quer dizer, mesmo, é... “não obedecer ao evangelho”. O que tem o Evangelho para ser obedecido? Que exigências há no Evangelho, para que devamos seguir, e então não sermos condenados com esta imensa multidão?
Mais à frente, nesta conversa, mencionaremos sobre o Evangelho, seu conteúdo e suas exigências, vale a pena aguardar.
O texto bíblico em Apocalipse 20:8, além de trazer preocupação sobe o número dos que vão para o inferno, habitar eternamente com o diabo e seus anjos (Mateus 25:41), nos preocupa no fato de que estarão indo para a condenação, não pela vontade pessoal, mas pelo fato de estarem enganados, de serem vítimas de uma situação enganadora. Aparentemente sem nenhuma culpa para estarem indo condenados para a eternidade atormentada. Na Classe da Bíblia, em nossa Igreja, temos dado alguma importância a este fato. Uma das lições está baseada em Mateus 24:4-5, 11-13, 23-28, quando basicamente estudamos os seguintes aspectos do texto: (v4) Jesus diz: “não se deixem em dúvidas”; ensinadores (profetas), virão no início dos últimos dias; (v5)virão como enviados do Senhor”; (v5) dirão: “Cristo me enviou a vocês”; (v24) eles e suas igrejas serão muitos; (v23) estarão agindo por toda parte; (v24) farão grandes sinais e prodígios; (v25,11) atrairão milhões de religiosos; (v12) atrairão o joio do meio do trigo, ou seja, os que pensam serem cristãos, do meio dos verdadeiros cristãos; (v24) os salvos nunca permanecerão enganados; (v13) salvos perseverarão firmes na fé; (v26)nunca devemos ir ao encontro deles; (v27-28) os salvos serão atraídos para Jesus, naturalmente, sem propagandas.
Este texto contrasta com o alerta de Jesus em Mateus 7:21-23. Num trecho bíblico, temos o engano vindo de fora para dentro, dos falsos ungidos e falsos profetas, para dentro das pessoas; enquanto noutro texto vemos o engano vindo de dentro do coração do próprio homem. Aqui, temos pessoas acreditando serem de Jesus, e digno de irem para o céu com o Senhor (v21), pelo fato de terem expulsado demônios, de terem pregado e feito milagres usando o nome de Jesus. Estavam se enganando com uma falsa religiosidade.
Estes dois aspectos de engano, exterior e interior, dá para explicar um outro alerta de Jesus em Lucas 13:24 – “Porfiai por entra pela porta estreita: porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão”. “Muitos” tem o mesmo sentido de Mateus 7:14, a idéia de “muitíssimos”. “Procurarão entrar, e não poderão”, a idéia de que a grande maioria quer ir para o céu, fazendo qualquer coisa para isto, mas não poderão pelo fato de tomarem a porta errada, por entrarem por portas enganosas, parecidas com a “porta estreita”,,. mas verdadeiras portas largas do engano.
Uma pergunta muito freqüente em conversas que tenho é sobre este tema. Por que Deus nos ama tanto, e permite que haja tantas igrejas, e cada uma ensinando coisas tão diferentes uma das outras? Como saber qual a igreja certa, aquelas que agradam ao Senhor?
Um pouco atrás, lembramos as muitas pessoas enganadas que devem estar atentas sobre que porta entrar, pois muitas são falsas, não são a “porta estreita”. A grande maioria das igrejas se nos aparecem nas esquinas de nossas cidades, são estas, muitas falsas portas. Jesus avisa, “porfiai”, “procurem bem” par que não entrem pela porta errada.
Fruto do livre arbítrio. Esta é uma das respostas para a existência de tantas igrejas. Deus dá liberdade ao homem e de optar em querer obedecê-Lo ou não. Assim Ele dá liberdade ao homem de criar seus mecanismos existenciais e espirituais, mesmo que venha colher os resultados mais desagregadores à vontade do Senhor. É desta forma, que Deus permite tantas igrejas.
Fruto da Boa Intenção dos Homens. Outra resposta. Toda religião, toda igreja, por pior que seja, na nossa visão ou no entendimento bíblico, foi fundada na “boa intenção” de seus idealizadores, e mais principalmente, de seus adeptos. Cada um, tendo sua própria experiência religiosa, mesmo que não com o Senhor Deus, mas acreditando que fora com Ele, institui os mesmos caminhos a outras pessoas, que crendo naquilo, passam a compartilhar da mesma situação religiosa. É isto que está expresso em 2Timóteo 4:3-4 – “virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas.”
Fruto dos Enganos dos Últimos Tempos. Outra resposta. Já vimos textos bíblicos informando que isto acontecerá, sem dúvida nenhuma. Tanto a quantidade, como a qualidade destas muitas igrejas atenderá a este motivo.
As vantagens disto podem ser notadas sem problemas, e algumas podemos apontar aqui: (1)muitas igrejas, dá a impressão, falsa, de que todo mundo é cristão, levando mais gente a se preocupar com sua própria situação espiritual, até levado pelo “enxame”; (2)esta primeira vantagem empurra muita gente para cair nos braços da heresia, das “falsas portas estreitas”, mas empurra outros para a verdadeira “porta estreita”; (3)os verdadeiros cristãos são obrigados a conhecer melhor a Bíblia, e seus ensinos, para contraditar os falsos ensinos.... tudo isto nos faz entender que o número daqueles que deixarão de ir para o inferno, é maior do que aquele que haveria, se não houvesse tantas falsas igrejas.
Como Resolvi Este Problema Para Mim. Não foi tão difícil. Nasci envolvido numa igreja batista o que não me impede de ver duas coisas: (1)muitos, não poucos, Pastores e Igrejas desta denominação, e incluo aqui somente os Batistas históricos, bíblicos, não pentecostais, estão totalmente fora do ensino bíblico. Levados pelas atrações de heresias mil que circulam nos seus arredores; (2)bem como a certeza de que no inferno haverá uma grande congregação de batistas tradicionais, que embora fossem batistas, não passaram pelo “porta estreita” mencionada por Jesus Cristo. O ser Batista não salva absolutamente ninguém; é provável até que o fato de mencionar isto como garantia de entrar no céu possa levar alguém para o mais profundo dos infernos. O ser Batista é apenas um jeito agradável de ser cristão.
Qual a tranqüilidade que tenho para ensinar aos outros? Há alguns motivos que gosto muito de dizer, quando me perguntam sobre por que sou batista. Tenho dois motivos que considero históricos (1) uma forte herança dos Anabatistas bíblicos, anteriores à Reforma Protestante, e dos Puritanos e Separatistas ingleses; (2) o fato de não serem originados a partir de 1800 dC., quando a história da Igreja Cristã, faz registrar o aparecimento e o crescimento em larga escala das mais severas heresias contra o Evangelho do senhor.
Também tenho, o que considero três motivos principais, doutrinários, para ter continuado Batista, quando fui levado a refletir no que acreditava. Isto aconteceu nos meus anos de Seminário, quando recebi grande influência e atração para movimentos pseudo-espirituais, que na verdade, depois entendi, não passavam de “latas-vazias” fazendo tanto barulho orgulhoso e místico, que me dava a impressão de ser profundamente espiritual. Mas como o salvo não permanece no engano, foi-me aberto os olhos, quando fui buscar nas Escrituras, o fundamento para tudo aquilo, o que não encontrei. Muito pelo contrario, o que encontrei, me fortaleceu mais ainda naquilo que Deus me deu, o privilégio do que conheci desde minha infância.
Minha primeira tranqüilidade doutrinária para ser Batista, é que esta é uma das poucas denominações que crêem, de forma bíblica, que a salvação é imerecida e imperdível. Nunca mereceremos, nunca seremos dignos dela – Romanos 3:9-12; mas quando adquirimos pela fé em Jesus Cristo, jamais perderemos – João 10:28. Cremos que nada que façamos, ou deixamos de fazer, nos levará a perder esta grande salvação – Romanos 8:38-39. Sendo assim, tudo que fazemos para Deus e Sua Glória, neste mundo, com ou em nossa vida, são motivados pela direção do Espírito Santo – Romanos 8:14, ou pelo falto de sermos novas criaturas – 2Cotíntios 5:17. Nada nos fará mais salvos, e nada nos levará mais ao inferno.
Alguns se assustam com isto. É claro que sim. Isto não tem condição de qualquer um crer de verdade. Eles perguntam... “Então, se é assim, você pode cometer qualquer pecado, e mesmo assim irá para o céu?” a resposta é Sim e Não. Sim, porque é sim. Não, porque a Bíblia diz que quando estamos em Jesus, Salvos, temos o Espírito Santo nos guiando, e este não permite que permaneçamos no pecado – 1João 3:9. Se conhecemos uma pessoa que se diz salva, permanecendo em algum pecado, então a Bíblia está dizendo que ela nunca foi salva, nunca teve o Espírito Santo na sua vida, não é nova criatura.
Minha segunda tranqüilidade doutrinária para se Batista, é que da mesma foram, ela é uma das poucas denominações que têm a Bíblia como única Palavra de Deus. Ela acredita que a Bíblia informa em Hebreus 1:1-2, que Deus, no Antigo Testamento falou muitas vezes e de muitas maneiras, inclusive por sonhos, visões, anjos do céu, mula de profeta, e outros jeitos mil; mas que depois de Jesus, Ele se revela somente através da Bíblia, da Palavra do Senhor. Os livros que temos e as revistas que lemos, são apenas auxiliares no estudo da Bíblia, mas todos passivos de críticas e rejeições. Julgamos o que ouvimos e lemos, pela Palavra – Atos 17:11. Cremos que os recados de Deus para qualquer homem é somente por “Moisés e os Profetas”, que quer dizer a Bíblia – Lucas 16:27-31. Muitas igrejas afirmam crer assim, mas vivem de “mandús ditos da parte de Deus”: “falsas revelações”, “sonhos”, “visões”, livros, revistas, etc.
Minha terceira tranqüilidade doutrinária para ser Batista, como antes, é porque é uma das poucas denominações que não têm uma interpretação particular da Bíblia – 2Pedro 1:20. Somos uma das poucas denominações que não tem uma doutrina específica, exclusiva, que somente nós cremos. Tudo que ensinamos, todo mundo afirma crer do mesmo jeito. Se falarmos que o Sábado determina quem é salvo, ou se dissermos que Jesus não é Deus, ou que todo crente precisa ser batizado com Espírito Santo que o leva a falar em línguas estranhas, e que todo crente tem direito de ser próspero, todo mundo entenderá que estamos falando sobre os adventistas, os testemunhas de jeová, os pentecostais e os neo-pentecostais respectivamente. Não há nenhuma doutrina que sendo citada, alguém diga que é exclusivamente Batista.
Outras igrejas que indico são apontadas pelo crivo que uso para ser Batista. Depois de estudá-las por estes critérios, tenho tranqüilidade em afirmar que sou Batista, como poderia ser um Presbiteriano, um Luterano, um Congregacional, ou outra igreja que casasse com estes pontos de vistas bíblicos que, para mim, bastam.